A soja se expande em Rondônia e produtores têm acesso a tecnologias para melhorar a produção
Tanto em produção, quanto em valor de produção, a soja é o principal produto agrícola de Rondônia e a cultura está se expandindo, especialmente na região Central e Norte do estado. Segundo o pesquisador da Embrapa Rondônia, Vicente Godinho, isso ocorre devido aos melhores preços das terras nestas regiões e pela proximidade com o porto “A saca de soja em Porto Velho, por exemplo, custa no mínimo oito reais a mais do que em Vilhena. Isso por conta da diferença do frete para chegar até o porto. Esta diferença conta muito no bolso do produtor”, explica Godinho.
As regiões de Rondônia com maior expansão da soja contam também com outro fator que contribui muito: o uso da soja para recuperação de pastagens degradadas. Os pecuaristas estão de olho no grão para a recuperação das áreas utilizadas para a criação de gado, por meio o sistema de integração Lavoura-pecuária. “Hoje não podemos mais abrir novas áreas então o aumento da produtividade só é possível com tecnologia e a implantação da lavoura é uma boa alternativa que a gente tem para minimizar o custo da recuperação do solo. Então hoje precisamos fazer a integração da lavoura com a pecuária com responsabilidade ambiental, com a manutenção do homem no campo produzindo mais e aumentando o estoque de alimentos para o mundo”, comenta o pecuarista Ivanir Gurgel do Amaral.
Segundo dados do levantamento de janeiro de 2017 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), houve um aumento de 3,4% na área plantada de soja em Rondônia para a safra 2016/17. Além disso, no estado o grão possui produtividade média de 3.028 kg/ha (Safra 2015/16), superior à média nacional que foi de 2.870 kg/ha na mesma safra. E a expectativa para esta safra é de que a produção chegue a 811 mil toneladas de soja. Para se ter ideia da expansão que vem acontecendo na região Norte do estado, nos municípios do Vale do Jamari a produção da soja aumentou mais de 70% em 2016, quando comparado ao ano anterior. Os dados mais expressivos na região foram os de Machadinho D'Oeste, em que houve aumento na produção do grão de 220% de 2015 para 2016. "Por estar perto do porto, a saca da soja no Vale do Jamari é até R$ 6 a mais do que o grão colhido em Vilhena (RO). Então, para o produtor é mais vantajoso produzir nesta região do que nos locais mais afastados do porto", afirma o pesquisador Vicente Godinho.
As regiões de Rondônia com maior expansão da soja contam também com outro fator que contribui muito: o uso da soja para recuperação de pastagens degradadas. Os pecuaristas estão de olho no grão para a recuperação das áreas utilizadas para a criação de gado, por meio o sistema de integração Lavoura-pecuária. “Hoje não podemos mais abrir novas áreas então o aumento da produtividade só é possível com tecnologia e a implantação da lavoura é uma boa alternativa que a gente tem para minimizar o custo da recuperação do solo. Então hoje precisamos fazer a integração da lavoura com a pecuária com responsabilidade ambiental, com a manutenção do homem no campo produzindo mais e aumentando o estoque de alimentos para o mundo”, comenta o pecuarista Ivanir Gurgel do Amaral.
Godinho explica que, quando se fala em expansão da soja sobre novas áreas em Rondônia, não significa derrubar floretas, mas intensificar o sistema de produção agropecuário, tornando-o mais eficiente, produtivo e sustentável. O pesquisador conta que a soja ocupa pouco mais de 1% da área de Rondônia (260 mil hectares), que a pecuária está presente em cerca de 8 milhões de hectares e que toda a área de expansão de soja será onde hoje se pratica a pecuária. “Isso não quer dizer que haverá redução de rebanho, pelo contrário, irá aumentar. Pois os pecuaristas que integram esta atividade com a soja aumentam o rebanho, por conta da melhoria da qualidade do pasto e da intensificação do sistema de produção que ocorre”, arremata.
Mais tecnologia, mais produção e renda com responsabilidade ambiental
Para que produtores, técnicos e demais atores do agronegócio tenham acesso às mais recentes tecnologias da Embrapa e também possam ter opções de escolha no plantio de soja em Rondônia, a Embrapa realiza Dias de Campo sobre o grão para apresentar aos produtores diversas opções. Este ano, foram realizados cinco eventos nas principais regiões produtoras do estado (Vilhena, Porto Velho, Ariquemes, Castanheiras e Cerejeiras) no mês de fevereiro, reunindo público de mais de 600 pessoas interessadas no cultivo da soja. “A Embrapa tem um trabalho de melhoramento de soja em Rondônia em que os testes são realizados em diversos locais para podermos identificar as cultivares com maior potencial e indicarmos aos produtores do estado", explica o pesquisador da Embrapa, Rodrigo Brogin. Ele complementa ainda que a atividade de pesquisa da Embrapa trabalha buscando materiais com maior resistência às pragas e doenças que afetam a cultura e com características que contribuem para sistemas de produção mais eficientes. Isto contribui para a sustentabilidade econômica, social e ambiental da agropecuária.
Como empresa pública atuando no mercado, a Embrapa tem um importante papel regulador ao disponibilizar diferentes alternativas tecnológicas para o produtor. A presença da Embrapa com cultivares competitivas de soja nos segmentos de transgênica (RR) e convencional é crucial para o País. Hoje a Empresa tem estrutura e conduz vários programas específicos de melhoramento de soja transgênica, bem como convencional, ao mesmo tempo. Trata-se de segurança para o produtor, que tem garantida sua opção de escolha com patamares de produtividade muito competitivos em todas as tecnologias.
BRS 7380RR: sucesso no Mato Grosso já chegou em Rondônia
Para este ano, uma das novidades trazidas para os Dias de Campo e Soja da Embrapa em Rondônia foi a cultivar BRS 7380RR, que possui ampla resistência a nematoides, praga que pode provocar grandes prejuízos para as lavouras. Por esta e outras características, a 7380RR já está sendo muito requisitada pelos sojicultores do Mato Grosso.
A BRS 7380RR é um dos destaques da nova geração de cultivares RR do programa de melhoramento genético da Embrapa. A cultivar é transgênica, livre de taxa tecnológica por patente, e possui ciclo precoce, grupo de maturidade 7.3, resistência ao herbicida glifosato, e associa a resistência às raças 3, 4, 6, 9, 10 e 14 do nematoide do cisto da soja (Heterodera glycines) com as resistências aos dois nematoides formadores de galhas, Meloidogyne incognita e Meloidogyne javanica, bem como apresenta baixo fator de multiplicação ao nematoide Pratylenchus brachyurus. Por estas características de resistências múltiplas a nematoides e seu ciclo precoce, permite a sua utilização no sistema produtivo em sucessão de culturas em regiões cujos solos apresentam histórico de problemas com os referidos nematoides, aumentando a sustentabilidade do sistema produtivo agrícola.
Os Dias de Campo de Soja da Embrapa realizados este ano contaram com a parceria do Programa Soja Livre; Sementes Quati; Ypameri Sementes; Agropel Sementes; Rical; BS&A – Bolsa de Sementes e Agronegócios; Central Agrícola; Nufarm; Sementes Faita; Tratoron – New Holland Agriculture; Agrofarm Consultoria e Pesquisa Agronômica; Fazenda Maia; Agropecuária Mezzomo; SOESP – Sementes Oeste Paulista; Bardal e ADAMA.
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