Rondônia, 05 de novembro de 2024
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A MENTIRA E O ATRASO VÃO VENCER?

“Meu nome é Confúcio Moura e hoje estou confuso. Não sei o que sou. Que ideologia defendo? Já tive três ideologias.” (Confúcio Moura, livro Caleidoscópio, pag. 134)

Um dos grandes marqueteiros já conhecidos do cenário internacional defendia que a mentira contada várias vezes, tornava-se verdade absoluta. Em tempos de eleição, os profissionais de campanha transformam grupos políticos descompromissados com o futuro num palanque cheio de anjos de candura, probos, respeitadores do dinheiro público e homens com poder de transformar sonhos em salvação. A Nova Rondônia proposta pelo candidato do PMDB, Confúcio Moura, nada mais é que o retorno das velhas diretrizes das oligarquias acostumadas a dilapidar o patrimônio público com bases nas idéias do triunvirato Valdir Raupp, José Bianco e a poderosa família Gurgacz.

Há 12 anos, esse mesmo grupo, que hoje norteia o programa de Governo de Confúcio Moura, foi liderado pelo ex-governador Valdir Raupp cercado por figuras conhecidas como José Luiz Lenzi (ex-presidente da Ceron), Domênico Laurito (responsável cível e penalmente pela merenda escolar desviada – escândalo conhecido como “frangogate”), o promotor José de Almeida Junior (ex-chefe da Casa Civil, que retirou o FGTS dos servidores para desatrasar a folha de pagamento), entre outros. Naquela época, Rondônia começava a caminhar rumo ao desenvolvimento, mas foi travada por um grupo iníquo, avassalador e voraz por cargos, benesses e comodidade. A turma do PMDB vendeu a Ceron a preço de banana; entregou o Banco do Estado (Beron) para o Banco Central, resultando numa dívida que beira R$ 1 bilhão, pagas em parcelas de R$ 12 milhões todo mês nos últimos 12 anos; mexeu no FGTS dos servidores; superfaturou e não entregou peixe, carne e frango, alimento destinado às crianças do ensino básico nas regiões mais carentes do Estado, e foi capaz de atrasar 4 meses a folha de pagamento do funcionalismo público.

O relato acima parece um mantra, mas é a pura verdade e que precisa ser lembrada para evitar a prática dos mesmos erros. Nada contra o senhor Confúcio Moura, que estranhamente esqueceu de declarar à Justiça Eleitoral 8 propriedades rurais em seu nome (consta no relatório do INCRA). Mas ninguém governa sozinho. Confúcio se aliou com os mesmos personagens lá de trás e são essas pessoas que vão ajudá-lo a conduzir o Estado de Rondônia. Se não bastasse o PMDB, o ex-prefeito ganhou apoio do prefeito José Bianco (Ji-Paraná), mas a fatura é alta: levar consigo o ex-secretário de Administração, José Batista, o algoz dos servidores públicos. Sem dó nem piedade, assinou um decreto demitindo 10 mil pais de família, que souberam do desemprego pelos jornais, sem direito a indenização e muito menos uma explicação plausível. 

Por fim, o “modus operandi” da família Gurgacz ficou claro no depoimento do ex-deputado João da Muleta à CPI criada pela Assembléia Legislativa para investigar o poderoso esquema de corrupção enraizado naquela Casa. Segundo Muleta, a Eucatur patrocinava alguns parlamentares e os “presentes” chegavam em caixas verdes da empresa de ônibus para os aliados. Era uma espécie de “mensalinho” para não atrapalhar o monopólio da empresa do empresário Assis Gurgacz e seu filho, Acir Gurgacz. E cujo um dos diretores, ironicamente, é tio e candidato a vice-governador de Confúcio, Airton Gurgacz (PDT). 

Portanto, feitas essas considerações, o leitor precisa ser levado à ponderação. Que grupo quer para governar Rondônia: o que atrasa os salários do servidor, vende o patrimônio público, rouba merenda escolar, demite 10 mil pais de família ou àquele que representa o continuísmo? Com a palavra o eleitor, que definirá se essas pessoas do passado retornarão ao poder ou ficarão como exemplo para nunca mais cometermos os mesmos erros.

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