À minha amada maltrapilha - Por Ivonete Gomes
Quanta pretensão! Pensei em escrever um poema em homenagem à minha amada terra natal. Busquei estímulo na Estrada de Ferro Madeira Mamoré, vaguei nas lembranças das viagens de trem até a cachoeira de Santo Antônio, mas me deparei com a realidade de que nada mais existe. A despeito das promessas eleitoreiras de todo pleito, há somente a praça mal cuidada, vagões da Mad Maria abrigando viciados e galpões a caminho da completa deterioração.
Não encontrei inspiração para um poema. Pior. Essa busca revelou um sentimento devastador que mistura desapontamento e vergonha. Lembrei-me da curiosidade de um falante taxista paulistano sobre como é a cidade de Porto Velho e minha dúvida entre mentir, citando qualidades inexistentes, ou falar a verdade. Optei pela sinceridade: - “fico triste em dizer, mas minha cidade é feia e suja”. Coloquei um ponto final na resposta, mas, convenhamos, a objetividade da resposta está longe da dura realidade da capital de Rondônia. Porto Velho - no meio da selva Amazônica - é uma das cidades menos arborizadas do Brasil; tem o pior terminal rodoviário, ruas esburacadas, obras inacabadas, sujeira e lixo por todo lado. É lama no inverno e poeira no verão. Nem vamos nos aprofundar em deficiências nas áreas de saúde, educação, transporte, esporte e lazer.
Não encontrei inspiração para um poema. Pior. Essa busca revelou um sentimento devastador que mistura desapontamento e vergonha. Lembrei-me da curiosidade de um falante taxista paulistano sobre como é a cidade de Porto Velho e minha dúvida entre mentir, citando qualidades inexistentes, ou falar a verdade. Optei pela sinceridade: - “fico triste em dizer, mas minha cidade é feia e suja”. Coloquei um ponto final na resposta, mas, convenhamos, a objetividade da resposta está longe da dura realidade da capital de Rondônia. Porto Velho - no meio da selva Amazônica - é uma das cidades menos arborizadas do Brasil; tem o pior terminal rodoviário, ruas esburacadas, obras inacabadas, sujeira e lixo por todo lado. É lama no inverno e poeira no verão. Nem vamos nos aprofundar em deficiências nas áreas de saúde, educação, transporte, esporte e lazer.
Nós, portovelhenses, pagamos um preço muito alto pelas más escolhas, entre elas concordarmos com a vinda de empreendimentos com falsa promessa de desenvolvimento. Colhemos também frutos do comodismo, da inércia e da cegueira.
Vivemos o antagonismo de crescimento e retrocesso, de fé e desesperança, de ódio e amor profundo por essa maltrapilha cidade. Chegando ao primeiro centenário, Porto Velho é um município carente de tudo, principalmente do básico.
Sem qualquer aprofundamento dos porquês dessa situação tão vexatória a todos que nasceram ou aqui estão para viver, vamos somente renovar a esperança de dias melhores e torcer para que os motivos da falta de inspiração para um poema sejam suficientes à conscientização de nossos representantes. Que esses senhores em quem confiamos nosso voto saibam que, definitivamente, o cálice transbordou. Não podemos mais esperar.
Veja Também
O FRACASSO CONFUCIANO - Por Ivonete Gomes
Hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude - Por Ivonete Gomes
Transposição em Rondônia é caso único e não dá mais para esperar - Por Ivonete Gomes
Joaquim Barbosa: Do Cavalo de Troia a Bode Expiatório - Por Ivonete Gomes
No voto do "pelo menos" Roberto Sobrinho é federal - Por Ivonete Gomes
OS COBIÇADOS GENERAIS ELEITORAIS - Por Ivonete Gomes
O Menino Que Encontrou Jesus - Por Ivonete Gomes
Limpeza e beleza contribuem para redução da violência? - Por Ivonete Gomes
A CANDIDATURA DE EXPEDITO JÚNIOR E A CABEÇA DOS MAGISTRADOS - Por Ivonete Gomes