Rondônia, 07 de maio de 2024
Artigos

ACRE: IDENTIFICAÇÃO DO ELEITOR E POSSÍVEL DIRECIONAMENTO LEVAM JUSTIÇA A PROIBIR PESQUISA DO IBOPE

A juíza eleitoral Maha Kouzi Manasfi E Manasfi, de Rio Branco, proibiu nesta sexta-feira a divulgação da pesquisa IBOPE, que aconteceria na TV Acre. A decisão atende a pedido feito pela Coligação do PSDB local, que levou vários argumentos, bem considerados pela magistrada. Um deles é a identificação dos eleitores, que aliás, também acontece na sondagem que está sendo realizada em Porto Velho, com previsão de divulgação para a terça-feira na TV Rondônia. Outro argumento, que haveria direcionamento para candidato do PT não tem razão de existir.



Sem divulgação

A juíza acatou os argumentos de que os eleitores não podem ser identificados. O IBOPE pede o endereço do cidadão que queira conceder seu ponto de vista eleitoral. E faz isso também em Rondônia. Pede na verdade o nome, o endereço e quatro telefones residencial e profissionais, o que é vedado pela Legislação, afinal de contas, qualquer partido teria acesso a esses dados, daí que a proteção a quem opina deve mesmo existir (nunca se sabe como agem os que estão no poder).

Sem divulgação

Assim e pesquisa IBOPE não pode ser divulgada no Acre. O detalhe é que, como se disse, em Rondônia o eleitor também está sendo identificado. As coligações e MPE vão permitir essa bandalheira?

Descabidas

Outros questionamentos feitos pelo PSDB acreano e aceitadas pela juíza Maha Kouzi Manasfi E Manasfi são um pouco descabidas. Ela não tolerou, por exemplo, que a pesquisa fizesse questionamentos sobre o atual prefeito, governador e presidente. Insinua que, como o candidato petista Marcus Alexandre era diretor da Deracre e autor de um programa de Governo, “Ruas do Povo" - Calçamento de ruas e avenidas”, poderia estar sendo beneficiado com uma das perguntas, a que quer saber do eleitor quais são seus problemas. Como a resposta é estimulada, há a primeira opção “Calçamento de ruas e avenidas”. Mas isso é feito pelo instituto em todas as cidades onde pesquisa. A de Porto Velho tem o mesmo questionamento como item primeiro. (VEJA AO FINAL)

Mas

No entanto, são apenas considerações de um jornalista rondoniense. Sabe a magistrada de lá o que os petistas são capazes, daí...

Quase se livra

No julgamento de 8 de maio desse ano, o foragido Valter Araújo (PTB) quase se livra da decretação de prisão ainda em vigor. Ele foi confundido como um deputado federal, o que faria com que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgasse o caso originariamente. O erro foi descoberto a tempo e o Habeas Corpus nem foi conhecido, mas veja a seguir a confusão:

O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) - O caso é interessante, Senhor Presidente, pelo seguinte: trata-se de único caso em que há Deputado Federal preso. E foi preso em flagrante. Mas, perante a nova legislação penal que regulou as medidas cautelares, hoje recebendo o auto de prisão em flagrante, o Juiz tem que tomar uma decisão, ou relaxa o flagrante por alguma ilegalidade, ou a converte em alguma medida cautelar. Então, aqui temos de saber qual é a interpretação que se deve dar, agora, a partir da nova legislação sobre as medidas cautelares, à prisão em flagrante, como entender-se a norma do 53, § 2º, da Constituição, que diz que o parlamentar só pode ser preso em flagrante.

O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – Mas ainda assim a matéria é submetida à própria Câmara, não é?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) – É, não, e agora veio diretamente para cá! Eu acho que, como é tema novo...
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: O paciente é Deputado Federal?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) – É.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Então, nesse caso, a competência para julgar este processo de “habeas corpus” é do Pleno do Supremo Tribunal Federal.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA – Competência do Pleno.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) – Sim, mas estou mantendo, porque o Ministro Ayres Brito indeferiu o Habeas Corpus com base na súmula 691, uma vez que o Superior Tribunal de Justiça não se manifestou. A minha proposta é que, como se trata de tema novo e que não aparenta ilegalidade, permitamos que o Superior Tribunal de Justiça exaura sua jurisdição no caso e depois vamos reestudar a questão em eventual recurso ou habeas corpus.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Insisto em que, tratando-se de Deputado Federal, o processo de “habeas corpus” deve ser julgado pelo Pleno desta Corte.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA – Mas a competência é do Supremo!
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Porque o paciente é Deputado Federal.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA – Isso.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Trata-se de competência originária do Plenário desta Corte.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) – Ainda para...
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Qualquer que seja a autoridade coatora.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) – Ainda neste agravo aqui, que indeferiu a inicial?
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – Sendo paciente o...
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: A competência é do Pleno...
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) – Eu não tenho nada a opor.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (PRESIDENTE) – Todos de acordo, e afetamos ao Pleno?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) – Afetamos ao Pleno? Então sem problema.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(PRESIDENTE) – Pois não. Então, com a concordância do Eminente Relator, o processo foi afetado ao Pleno.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) – Perdão! O Deputado é estadual.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Ah! É Estadual?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(PRESIDENTE) – Ah, Estadual?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) – É Deputado Estadual.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Então é diferente...
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(PRESIDENTE) – Então, prosseguimos no julgamento?
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA – Prosseguimos...
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) – É Deputado de Rondônia. Eu estou negando provimento ao agravo...
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(PRESIDENTE) – Negando provimento ao agravo?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (RELATOR) - … com base na súmula 691, deixando que o Superior Tribunal de Justiça julgue o habeas corpus que está lá...

O ROLO DO IBOPE

SIGA-NOS NO

Veja Também

TRANSPOSIÇÃO: BANCADA TENTA AUDIÊNCIA COM DILMA ROUSSEF

ZEQUINHA ARAÚJO FOI SONDADO PARA ASSUMIR SECRETARIA DE CULTURA

IBOPE DIVULGA PESQUISA SOBRE SUCESSÃO NA CAPITAL NO DIA 21

JUSTIÇA NEGA PEDIDOS DE FÁTIMA CLEIDE E MANTÉM LIBERDADE DE IMPRENSA

TRE ABSOLVE DEPUTADO JAQUES TESTONI E PREFEITO DE OURO PRETO

Juíza: Ibope transformou Rio Branco em "comédia patética"