Após protestos, Peru aprova exploração petrolífera na Amazônia
O governo do presidente Alan García deu luz verde para que uma empresa anglo-francesa perfure a Amazônia peruana em busca de petróleo 13 dias após mais de 30 pessoas morrerem em protestos contra a exploração da floresta tropical. Segundo a ONG Survival International, sediada em Londres, o projeto da empresa Perenco está localizado em uma região habitada por duas tribos de índios isolados. O projeto é considerado a maior descoberta de petróleo do Peru nos últimos 30 anos.
- Qualquer pessoa que esperava que essa horrível violência das semanas anteriores poderia fazer com que o governo peruano agisse de uma maneira mais sensível com os povos indígenas da Amazônia, vai ficar muito perturbada com essa notícia. E ela não poderia ter chegado em pior momento. O governo está tentando apresentar uma imagem mais amigável ao público, mas dependendo dos interesses das empresas petroleiras, parece que os negócios estão em primeiro lugar - declarou hoje o diretor da Survival, Stephen Corry.
O governo peruano espera uma transformação na economia do país com base no projeto da Perenco. Enquanto os protestos contra a empresa aconteciam, o presidente da Perenco, François Perrodo, formado na Universidade de Oxford e descendente de uma das famílias mais ricas da França, se encontrou com o presidente peruano Garcia, em Lima, comprometendo-se a um investimento de US$ 2 bilhões no projeto.
- Qualquer pessoa que esperava que essa horrível violência das semanas anteriores poderia fazer com que o governo peruano agisse de uma maneira mais sensível com os povos indígenas da Amazônia, vai ficar muito perturbada com essa notícia. E ela não poderia ter chegado em pior momento. O governo está tentando apresentar uma imagem mais amigável ao público, mas dependendo dos interesses das empresas petroleiras, parece que os negócios estão em primeiro lugar - declarou hoje o diretor da Survival, Stephen Corry.
A luz verde do governo é dada apenas alguns dias depois que protestos em diferentes áreas do norte do Peru foram combatidos violentamente pela força policial, causando mortes de policiais e indígenas. O número exatos ainda é desconhecido, mas a Survival publicou um relato de uma testemunha ocular sobre a violência.
A Survival International afirma que a Perenco pretende construir novas plataformas e poços, incluindo apoio logístico aéreo que, entre outras coisas, inclui 42 mil sacos de cimento.
A companhia admite que a contaminação do solo, da água e a fuga de caça e aves são possíveis conseqüências do seu trabalho. Esses recursos são essenciais para a sobrevivência dos índios isolados que moram na região.
- E o que é mais sério é que os índios enfrentam uma ameaça muito grande de contágio de doenças às quais eles não são imunes - alerta a Survival.
Veja Também
O prejuízo do acordo com deságio em precatórios
O valor da independência da OAB para a Justiça e para a Sociedade
Liderança que acolhe e fortalece: O compromisso de Márcio Nogueira com a Advocacia e com as Mulheres