Rondônia, 22 de novembro de 2024
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CAOS NA SAÚDE: OS VERDADEIROS CULPADOS SÃO OUTROS

Se o nobre leitor acompanhar de perto a “guerra” do Governo Confúcio Moura contra as mazelas da saúde, perceberá um detalhe importante omitido pela equipe governamental: os verdadeiros culpados pelo caos no Pronto Socorro João Paulo II e Hospital de Base não foram apontados, embora as matérias veiculadas pelo Departamento de Comunicação e no blog pessoal do chefe do Executivo estadual deixam implícita a responsabilidade da gestão anterior. O internauta mais açodado, obviamente, lançaria acusações ao governo passado, nada mais natural quando não se conhece a realidade dos bastidores políticos e a artimanhas perpetradas para conquistar o poder.

Algumas situações precisam ser levadas em consideração, antes do Governo Confúcio Moura tentar convencer a população de que não tinha conhecimento do grave estado do atendimento no PS João Paulo II e no HB. Até parece novidade, quando utilizaram farto material das duas unidades durante a campanha eleitoral passada. O grupo ora inquilino do Palácio Presidente Vargas é liderado pelo PMDB e possui irrestrito apoio do PT. Liderados pelos parlamentares das duas legendas, uma força tarefa (essa palavra nunca foi tão usada hoje) junto aos aliados instalados no Ministério da Saúde para barrar a liberação de R$ 35 milhões para compra dos equipamentos necessários ao funcionamento do Hospital de Cacoal. O ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão (indicado pelo PMDB), anunciou no dia 3 de abril de 2009 a liberação desse montante e a construção de 3 Unidades de Pronto Atendimento em Porto Velho, inclusive no distrito de Jacy Paraná, dado ao pandemônio criado pela construção da usina de Jirau. Veja o que o próprio ministro  narrou conforme em entrevista a este RONDONIAGORA: “Vou oferecer apoio técnico, político e dinheiro para melhorar a maternidade e a atenção básica (atendimento nas policlínicas), que está muito ruim”. Na época, ele  concordou que o setor já passava por grandes dificuldades, lembrando que esteve no Estado em 2001 e 2002 constatando que os profissionais médicos não querem trabalhar em Rondônia, faltam  recursos financeiros e gestão administrativa. Promessa feita e não cumprida. O dinheiro não veio. Não há nenhum tijolo levantado das tais UPAs, tão propaladas pela gestão do PT. E pior, a capital não tem um único pronto socorro e nem há hospitais preparados nos municípios. O que se vê mesmo são ambulâncias pra lá e pra cá na BR-364 trazendo doentes e “jogando” no João Paulo II.

No passado bem recente, o senhor Confúcio Moura, que passou 5 anos e 6 meses na Prefeitura de Ariquemes, não construiu um único leito no Hospital Regional daquele município. Até hoje a cozinha da unidade funciona no Quartel da Polícia Militar porque não houve investimentos. Confúcio não fez seu dever de casa. E hoje, como viu que não poderia cumprir sua principal promessa de campanha, resolveu criar esse “circo” com ajuda dos incautos pra depois falar a população que tentou consertar o sistema público de saúde, mas não conseguiu por causa dos governos anteriores, como já deixou claro na sua entrevista ao Jornal Nacional. Além de Confúcio Moura, outros prefeitos também preferem adquirir ambulâncias, inclusive via emendas parlamentares, para transportar os doentes, deixando de lado a responsabilidade de construir hospitais e contratar profissionais qualificados.  

O caos na saúde pública também tem outros responsáveis. Quem não lembra das famosas fundações assistenciais mantidas por deputados estaduais a custa de repasses do Poder Executivo. Na gestão do ex-governador José Bianco (DEM), que indicou o adjunto da pasta da Saúde, o carrasco dos demitidos José Batista da Silva, Marcos Donadon, Natan Donadon (este último condenado pelo STF por corrupção), João da Muleta, Amauri dos Santos (o principal defensor de Confúcio na Assembléia Legislativa), entre outros, inclusive citados na Operação Dominó, ganharam fortunas para ajudar os “carentes” de seus municípios, transformando tais entidades em verdadeiros currais eleitorais. Os doentes recebiam os primeiros cuidados e depois eram levados para Porto Velho, mais uma vez para superlotar o João Paulo II. Ao invés de Bianco ter repassado R$ 50 mil ou R$ 100 mil mensais a tais fundações deveria ter construído hospitais-pólos, sua promessa de campanha para governador na época. Talvez, o quadro negro pintado por Confúcio fosse outro. A história era outra.

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