Rondônia, 25 de dezembro de 2024
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Clubes de assinatura de cafés torrados e moídos e em cápsulas tornam-se tendência de consumo no Brasil e no exterior

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A edição do mês de junho de 2016 do Relatório Internacional de Tendências do Café destaca uma tendência mundial de consumo de café que está ganhando espaço no Brasil. Trata-se dos clubes de assinatura para cafés torrados e moídos e em cápsulas. A principal vantagem que esses clubes oferecem é a oportunidade de os clientes experimentarem e conhecerem marcas variadas de café, além de poderem montar seus "combos" de acordo com suas preferências. O segmento, que já possui versões para a assinatura de produtos de beleza, cervejas, vinhos, entre outros, consiste em um clube de assinantes no qual o cliente realiza um cadastro, escolhe o plano e começa a receber o café em casa, mensalmente. A primeira empresa que iniciou esse serviço em 2015 no Brasil, mencionada no Relatório, garante a entrega de cafés frescos todos os meses nas casas dos assinantes. Outras vantagens apontadas é que as cápsulas são compatíveis com máquinas existentes no mercado e as vendas são realizadas online.

Outro destaque do Relatório Internacional de Tendências do Café (Vol. 5 – Nº 5) é o aumento de consumo verificado nos Estados Unidos. Lá, o consumo diário da bebida à base de café expresso quase triplicou no período de 2008 a 2016, segundo a Associação Nacional do Café (NCA) americana. Além disso, o segmento de café gourmet nos EUA também apresentou bom desempenho no consumo, principalmente pela população jovem (18 a 39 anos), que também é responsável pelo aumento do consumo de café tradicional. Nesse caso, o consumo diário da bebida entre os consumidores de 18 a 24 anos duplicou desde 2000. Para os de 25 a 39 anos, o aumento também foi bastante expressivo. Outra tendência constatada foi o aumento do consumo de café em cápsulas, tanto em casa como no ambiente de trabalho. As monodoses tornam-se atraentes por oferecer rapidez e praticidade no preparo, além da possibilidade de personalizar a bebida com opções de café de alta qualidade. No ambiente de trabalho, em 2016, 33% dos estabelecimentos que possuem área para o café contam agora com uma máquina de monodoses, de acordo com dados do NCA.

Em relação especificamente ao Brasil, o Relatório do Bureau destaca que a produção, neste ano, de conilon no Espírito Santo está comprometida, uma vez que muitos produtores decidiram fazer a recepa, método de poda baixa da lavoura para renovação total da planta. Essa medida foi tomada devido à seca que afetou o Estado recentemente e é considerada a mais grave em 50 anos. Além da falta de chuva, o governo local proibiu a irrigação de lavouras em algumas cidades como medida para garantir o abastecimento de água nas residências, o que afetou as lavouras de conilon, onde o uso da irrigação é bastante comum, cita o Bureau.

Com relação ainda ao nosso País, o Relatório ressalta que Associação Brasileira da Indústria do Café, ABIC, anunciou o desenvolvimento de um programa para a certificação de cafés em cápsula. A avaliação, que possui uma metodologia própria e específica, foi desenvolvida nos últimos doze meses em conjunto com o Grupo de Avaliação do Café (GAC), com o Sindicato das Indústrias de Café de São Paulo (Sindicafesp), com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e o Laboratório Carvalhaes, laboratórios credenciados pela ABIC para a análise de café com o apoio do Instituto Totum, responsável pelo gerenciamento do programa. O selo de certificação possui como objetivo oferecer uma avaliação global do produto, avaliando as características da crema como cor, brilho, persistência e consistência; os atributos da bebida de acordo com o amargor, adstringência, corpo e sabor; a intensidade da bebida, segundo o grau de persistência aftertaste, avaliada em uma escala de 0 a 10; além de analisar características físicas do produto, tais como peso, ponto de torra, granulometria e espessura da crema, entre outros atributos.

O formato padrão de análise das tendências do café adotado pelo Bureau de Inteligência contempla quatro seções: PRODUÇÃO, INDÚSTRIA, CAFETERIAS e INSIGHTS. Na seção PRODUÇÃO de café, são feitas considerações gerais, observações sobre variações climáticas e análises da atuação e participação de grandes empresas do setor e também de governos de países da América do Sul, no caso o Brasil; África – Etiópia, Tanzânia e Uganda; e China, na Ásia. Em relação à INDÚSTRIA, o Bureau aborda várias estratégias comerciais e de promoção e marketing de grandes empresas em muitos países para tentarem consolidar e conquistar novos mercados. A seção CAFETERIAS do Relatório destaca a expansão comercial de grandes redes e analisa o consumo de café no mundo com destaque para os EUA, Reino Unido e Colômbia. Por fim a seção INSIGHTS destaca os principais sinais apresentados no Relatório.

Relatório Internacional de Tendências do Café do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, da UFLA, instituição fundadora do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café, faz parte do projeto "Criação e Difusão de Inteligência Competitiva para Cafeicultura Brasileira", executado no âmbito do Consórcio e financiado pelo Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa. Tem como objetivo monitorar, analisar e difundir informações, indicadores e tendências relevantes para a competitividade da cafeicultura, bem como propor soluções estratégicas para o setor. As edições do Relatório estão disponíveis no portal da UFLA e no Observatório do Café.

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