Rondônia, 25 de dezembro de 2024
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Cronógrafo de 354, o burro e a Ceron

Como? Você não sabe o que é o “Cronógrafo de 354”? Imperdoável!! Depois de tantas comemorações natalinas, é algo quase inimaginável um ser vivente não conhecer tal fato... (tem cada uma!) O babado resume-se no seguinte: trata-se de um tipo de calendário anual ilustrado, escrito nos idos do ano 354 DC a pedido de um nobre romano. Embora tenhamos registros esporádicos da comemoração natalina em 25 de dezembro antes daquele ano (o próprio Papa Júlio I, em 350 DC, já havia proclamado sendo aquele dia como a data oficial do nascimento do “Menino”), o fato é que, a partir do tal Cronógrafo, tudo se formalizou. Aproveitando-se de elementos da cultura pagã de então, a igreja católica, por simbolismos diversos, apropriou-se desses festejos, agregando-os aos valores do cristo crucificado.



3.  E a Ceron desliga

Como toda essa simbologia foi construída no hemisfério norte e vem de lá, o 25 de dezembro não deixa de ser emblemático por diversos fatores. Entre tantos relatos pagãos, geograficamente, a data avizinha-se do solistício de inverno, ou seja, no momento em que o Sol inicia seu caminho de retorno após viagem ao hemisfério sul e traz consigo o renovar da vida. E por aí foi, ao longo dos séculos, de relato em relato, construindo-se o mito de Natal e transformado-o naquilo em que é hoje. Nestes tempos “civilizatórios” de Shoppings lotados, corações se enchem de ternura, solidariedade, amizade, compaixão, fraternidade, caridade... São tantos os sentimentos bons em cada final de ano, que a escacez dos referidos acaba imperando no restante dos meses.

3.  E a Ceron desliga

Em meio ao agitado final de ano, comércio apostando tudo no apetite de consumo do nosso povo local, as ruas recebendo as iluminações natalinas e a humanização se materializando em alguns pontos da cidade, eis que alguém da Ceron decide executar uma ação realmente “moralizadora”... Em plena época natalina, com 411 detentos liberados a partir do dia 20.12.13 (esperando que se comportem), e  violência imperando, a nossa empresa de energia decide cortar a iluminação pública em vários pontos e avenidas da cidade. A causa eu ainda não sei, nem interessa muito. O caso é pensarmos nas consequências de um gesto magnífico desses. Considerando a fantástica quantidade de lâmpadas funcionais em nossos postes, a diminuição da iluminação existente contribui em algo para a segurança da cidade, das pessoas e de sua vida econômica local?

4.  Falando do burro natalino

Se existem problemas jurídicos, dívidas pendentes, entraves quaisquer a serem solucionados, não é expondo a população ao caos e à insegurança que resolveremos isso. Processem o Prefeito, o Governador, o Papa Francisco (afinal ele é argentino), o Bispo, os vereadores e os deputados, se for o caso, mas não se expõe a cidade a algo patético dessa forma. Perguntei a um funcionário sobre quem seria o responsável por um comando desses, e o rapaz apenas balbuciou obedecer ordens emanadas do engenheiro Luiz Marcelo. É claro que uma determinação dessa envergadura não pode ser responsabilidade de um setor operacional... Por isso, tenho certeza, o nobre engenheiro não é nosso personagem do presépio... Quem será?

5.  Salvem o Noel... depois, nós!

Esse processo em curso precisa ser revertido, e o Ministério Público necessita agir em defesa dos interesses citadinos. O que resta a nós fazermos diante do quadro? Pagamos impostos mais ou menos em dia, sonegamos apenas o que a distração do leão nos permite, e,no caso, quem menos o faz é o trabalhador assalariado. Então, algo ou alguém necessita agir (ou rezar para o Papa Francisco, que é argentino!!!). O interesse social não pode ser usado como baganha para lutas e disputas administrativas entre órgãos e empresas de quaisquer naturezas. A iluminação da cidade é medíocre; muitas lâmpadas não funcionam e algumas piscam mais que vagalume bêbado. Ao escurecermos a cidade, entre outras tragédias menos importantes, corremos o risco de termos o Papai Noel perdido entre os buracos da cidade.

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