Rondônia, 17 de novembro de 2024
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DOIS ANOS SEM ODAIR CORDEIRO - Por Ivonete Gomes

“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”. O pensamento é do maior expoente da literatura inglesa durante o período vitoriano, Oscar Wilde, e, perdão pela impessoalidade, leva-me à lembrança de um paulista de nascença e rondoniense de coração que viveu como poucos. Há dois anos, Odair Cordeiro nos privou de sua alegre presença para entrar em nossa feliz memória.



Com a “cachorrinha” ainda por desfazer, conheceu duas outras grandes figuras: José Neumar da Silveira e Bernardo Ciro Lopes. O trio se uniu em torno da ideia de fundar o Partido dos Trabalhadores em Rondônia. Entre uma feijoada e outra, o delírio de que o Brasil seria um dia comandado por um ex-metalúrgico. Dona Lúcia tornou-se anfitriã das ações de arrecadação de trocados para a implantação da então pequenina sigla. E haja feijão!

O militante político e representante comercial - nessa exata ordem, disse o saudoso Paulo Queiroz - chegou à Rondônia em 1980.  Era casado com Maria Lúcia, com quem mantinha uma relação de notório companheirismo, cumplicidade e carinho. Dessa parceria amorosa surgiram os filhos Francisco, João e Luciana.

Com a “cachorrinha” ainda por desfazer, conheceu duas outras grandes figuras: José Neumar da Silveira e Bernardo Ciro Lopes. O trio se uniu em torno da ideia de fundar o Partido dos Trabalhadores em Rondônia. Entre uma feijoada e outra, o delírio de que o Brasil seria um dia comandado por um ex-metalúrgico. Dona Lúcia tornou-se anfitriã das ações de arrecadação de trocados para a implantação da então pequenina sigla. E haja feijão!

Investido de genialidade, Odair Cordeiro não vivia da esperança de uma política mais justa, ele lutava diuturnamente por ela. Era o militante mais agregador do PT em Rondônia. Unia gregos, troianos e jornalistas em torno da ideologia pela qual lutava e vivia.

De cabelos brancos e rugas do rosto decidiu que queria fazer jornalismo. Fez um período e justificava a desistência com o bom humor que lhe era peculiar: “quando o IBGE bater à minha porta poderei dizer que tenho nível superior incompleto”.

Odair Cordeiro, militante político, representante comercial, pescador e folião da Banda Do Vai Quem Quer – nessa exata ordem – morreu às cinco horas de uma quinta-feira, 16 de dezembro de 2010. Não viu realizado outro grande sonho: o de ver uma mulher na presidência da República brasileira.

Odair Cordeiro não viveu. Odair Cordeiro celebrou a vida.

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