Rondônia, 23 de dezembro de 2024
Artigos

Enquanto Brasil é tomado pelo debate contra corrupção, mais um Donadon pode se habilitar à Câmara Federal

Desde a eclosão dos malfeitos dos políticos brasileiros em contratos firmados com empreiteiras nas áreas de petróleo, gás e energia, não se fala outra coisa neste País a não ser o combate à corrupção. Dos debates acalorados, especialmente nas redes sociais, o resultado é o descrédito da classe política e a procura por novos nomes interessados em recuperar os valores éticos em todos os níveis de representação eleitoral. Mas em Rondônia, em que pese também o assunto estar na pauta do dia, o Estado corre o sério risco de ter mais um Donadon como representante na Câmara Federal a partir de 2.019.

A matemática é simples

Melki Donadon, ex-prefeito de Vilhena, foi anunciado como pré-candidato a deputado federal pelo PDT. A legenda deve fazer coligação com o Democratas, PT, PSB, PPS e PC do B. O Democratas tem o campeão de votos Marcos Rogério; os petistas indicarão o ex-deputado Anselmo de Jesus, Roberto Sobrinho e a ex-senadora Fátima Cleide; o PSB apresentará o ex-prefeito Mauro Nazif e o atual prefeito Jesualdo Pires de Ji-Paraná; e o PPS tem o deputado Leo Moraes como dirigente e pretendente à Câmara dos Deputados. Como o sistema eleitoral não sofreu alteração para as eleições de 2.018, Melki, conseguindo o registro no Tribunal Regional Eleitoral, tem grandes chances de emplacar uma vaga à Câmara. É interessante lembrar que sua esposa Rosani Donadon (PMDB) foi eleita com 21.356 votos para Prefeitura de Vilhena. Ela conseguiu o registro milagrosamente depois de vários recursos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Irmãos presos

Cada um é responsável pelo CPF, mas os irmãos Donadon sempre viveram de política desde o início da carreira com o pai, Marcos Donadon, em 1973 em Colorado do Oeste. Hoje os irmãos de Melki, Marcos Antônio e Natan Donadon, estão reclusos no sistema penitenciário cumprindo penas por desvio de recursos públicos. Natan entrou para a história brasileira a ser o primeiro deputado condenado e cassado na Câmara. O ex-deputado cumpre pena de 13 anos e quatro meses por liderar um esquema que desviou R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia entre 1995 e 1998.

Mas no Brasil tudo pode

O exemplo da família Donadon é mais uma entre dezenas de casos que Rondônia e o Brasil assistem todos os dias. No Estado, tem vereador, que é servidor, que incorporou ao salário o vale-transporte (R$ 126,00 para pagar a passagem do transporte coletivo), e gratificação por produtividade. O contribuinte para o servidor produzir, mas ele está no mandato eletivo, onde tem os mesmos privilégios com os auxílios transporte, combustível, paletó, moradia, etc... No final do ano, cada deputado embolsou R$ 30 mil a título de indenização sabe lá de que, mas está na Portal Transparência.

SIGA-NOS NO

Veja Também

O prejuízo do acordo com deságio em precatórios

O valor da independência da OAB para a Justiça e para a Sociedade

Liderança que acolhe e fortalece: O compromisso de Márcio Nogueira com a Advocacia e com as Mulheres

Não existe democracia sem a participação feminina