Fiscais do Pará participam de curso em Rondônia de combate a broca do cacau e o cupuaçu
Em razão do avanço da broca do cupuaçu em plantações nativas do Estado do Pará (PA), 14 fiscais agropecuários da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) participaram na última semana de um treinamento para conhecimento das técnicas de manejo e combate a broca do cupuaçu e do cacau, que foi ministrado no campo da Estação Experimental da Ceplac, em Ouro Preto do Oeste, região central do estado.
Os fiscais agropecuários permaneceram em Ouro Preto de segunda a sexta-feira, e tiveram aulas teóricas no auditório e práticas nas plantações experimentais. A praga é causada pelo Conotrachelus humeropictus, um inseto cujas larvas atacam os frutos do cacaueiro e cupuaçuzeiros causando estragos que depreciam o produto, e causam perdas na produção. Os fiscais paraenses tiveram aula prática de como montar armadilha piramidal, cesta com alimento atrativo e armadilha adesiva para capturar o C humeropictus.O inseto adulto é um besouro que se desenvolve no interior do solo medindo aproximadamente um centímetro de comprimento.
O aprendizado sobre manejo integrado das pragas do cacaueiro e do cupuaçu foi repassado pela equipe do pesquisador doutor Olzeno Trevisan, agrônomo entomologista responsável pelas pesquisas de campo da Ceplac em Rondônia, e contou com a participação de José Nilton Medeiros Costa, pesquisador da área de entomologia da Embrapa Rondônia. No Pará, as plantações comerciais de cacau estão imunes, mas a broca foi detectada no cupuaçu nativo. Em Rondônia a praga é verificada em plantações de cupuaçu e de cacau.
O pesquisador Olzeno Trevisan repassou aos técnicos paraenses as técnicas de identificação e de comportamento da praga, e do controle biológico. O pesquisador da Embrapa ministrou aos técnicos da Adepará uma palestra sobre controle químico da broca. De acordo com doutor Olzeno Trevisan, o curso foi extremamente importante para que a praga da broca não se dissemine nas plantações paraenses. “Aqui em Rondônia ela está presente no cupuaçu e no cacau. Pelo teste de DNA, verificamos que determinada espécie ataca só o cacau enquanto outra ataca só o cupuaçu. Porém, numa plantação consorciada de cacau e cupuaçu a broca pode atacar as duas frutas”, alerta.
O fiscal agropecuário Euclides Holanda, da delegação da Adepará, ressaltou a importância do aprendizado adquirido com os pesquisadores rondonienses e que esse intercâmbio é bastante valioso para os profissionais do seu estado. “Ver a presença da broca do cacau, aprender a biologia desse inseto é importante porque no nosso estado não existe no cacau, só no cupuaçu”, valorizou.
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