Madeira de floresta plantada é exportada para China, Vietnã e Índia
A afirmação de que plantar árvore em Rondônia é um grande negócio vem se consolidando. A adesão e o volume de negócios no estado deste vetor de desenvolvimento sustentável e ecologicamente correto são extremamente favoráveis. A comprovação está nos números crescentes de florestas plantadas registrados no estado a partir da introdução do Decreto nº 15.933/2011 e da Instrução Normativa nº 01/SEDAM/2011.
A teca, madeira nobre, é a mais comercializada dessa cadeia que se forma. Em 2015, através do porto de Porto Velho, uma única empresa exportou U$ 6,38 milhões da espécie para a China, Vietnã e Índia. No ano anterior, a exportação foi superior a 25 mil metros cúbicos (m³), e até maio de 2015 a comercialização atingiu 13,5 m³, segundo dados da Coordenação Estadual de Floresta Plantada. No ano seguinte à aprovação da legislação, obteve-se no estado a liberação de 57 processos de florestas plantadas e regeneradas, com volume métrico próximo a 100 mil m³; em 2013 foram liberados 67 processos, correspondendo a um volume métrico de 53.993.8807 m³.
O cultivo de floresta plantada introduz no estado o plantio de castanha-do-brasil em larga escala. A legislação atualizada e a lucratividade em médio e longo prazo estimulam a formação de florestas de pinus tropicais, eucalipto, teca, pinho cuiabano ou bandarra. A consolidação da cultura da floresta plantada é regionalizada de acordo com as características e o tipo de solo.
Como a expectativa de lucratividade é acima da média, os plantios de eucalipto e de pinus se destacam no Cone Sul em solo arenoso, com vistosas florestas à margem da BR-364. Já os produtores de floresta plantada das regiões de Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste investem na teca e no pinho cuiabano. Nas regiões de Pimenta Bueno e Rolim de Moura também há adesões.
O beneficiamento do eucalipto em Vilhena produz palanque para cercas, porteiras, madeiramento para construção civil e móveis. A produção de resina bruta extraída do pinus também gera grande expectativa. O produto final, a goma, tem destino certo: a China. A madeira do eucalipto é utilizada para fazer cercas, estacas, postes e serve como fonte de energia em secadores de grãos, cerâmicas, laticínios e frigoríficos (caldeiras) e, ainda, pode ser utilizada na construção civil.
LEGISLAÇÃO
A ação de regulamentação e normatização incentivadora e articulada do plantio de árvores para fins comerciais pelo governo do estado abriu um leque de oportunidades, dando novo ânimo à cadeia produtiva da madeira e contribuindo para tirar a imagem negativa que o setor madeireiro vinha tendo em razão da falta de legislação atualizada. A nova norma também inseriu o desenvolvimento florestal para fins comerciais estimulando os investidores, cada um com suas perspectivas e objetivos acerca da floresta.
Com a nova realidade, árvores que apodreciam na floresta passaram a ser exploradas, garantindo às laminadoras que passavam por dificuldades o suprimento de matéria prima florestal em quantidade e com segurança institucional. As árvores oriundas da floresta plantada são ecologicamente corretas. O investidor, além de não precisar desmatar, ainda contribui com a recuperação de áreas degradadas e produz energia renovável com a absorção de gás carbônico.
ECOLOGICAMENTE CORRETO
Os resultados positivos do setor de floresta plantada são fruto do trabalho conjunto desenvolvido pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), através da Coordenadoria de Florestas Plantadas, em parceria com a Associação Rondoniense de Produtores e Consumidores de Floresta Plantada (Arflora) e Associação Rondoniense de Engenheiros Florestais (AREF), que fazem o acompanhamento dos negócios com madeiras das florestas plantadas (em especial a teca, espécie com grande aceitação no mercado mundial), consolidando uma política florestal e abrindo oportunidades para o setor madeireiro rondoniense.
O presidente da Arflora, o empresário Jaques Testoni, foi o precursor das ações para a regulamentação do setor, auxiliando a equipe técnica do governo para a aprovação do decreto e a normativa de regulamentação do cultivo e a comercialização da floresta plantada. Ele defende que sejam feitas as adequações necessárias ao zoneamento socioeconômico e ambiental para áreas de cerrado e maior incentivo para pequenos produtores aderirem ao cultivo da floresta plantada. Nesse sentido, a Arflora promoveu dezenas de encontros em associações de comunidades rurais do interior do estado.
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