Rondônia, 28 de dezembro de 2024
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Medicina alternativa

É crescente em Rondônia a quantidade de anúncios que ofertam à população a cura de todas as doenças que se possa imaginar através das chamadas “medicinas alternativas”. Geralmente vêm recheados de panacéia do tipo: “cura fácil de doenças a preço baixo”. O fenômeno, que não é exclusividade do nosso Estado, dentre outros fatores pode ser atribuído à falta de informação, ou seja, à ignorância clássica, assim como à caótica estrutura da saúde pública brasileira que vem sofrendo um processo de depreciação ao longo de décadas, deixando desassistida a população mais carente que, desesperada, agarra-se a qualquer promessa de amparo. Diante desse ambiente que por si só já é propício, num país onde a impunidade é idiossincrática, não dá outra: proliferam os embusteiros de todo gênero.



O mais grave é que esses “terapeutas” após o atendimento, não raro, passam receitas a seus “pacientes” que não se restringem apenas a plantas ou ervas medicinais, daquelas que, quando criança, sua avó sempre recomendava para curar seu mal estar, mas incluem remédios alopáticos, inclusive de venda controlada, que se usado incorretamente podem trazer sequelas irreversíveis ao organismo humano.

O que antes era apenas uma forma de pensar a vida, uma tentativa de interação do homem com os elementos da natureza, ou seja, uma, digamos “filosofia de vida”, que objetivava apenas a busca da paz interior, hoje a terapia holística é anunciada por essas pessoas como se fosse uma ciência que cura várias enfermidades do corpo. Outros anúncios prometem a cura de doenças psicossomáticas com a “ciência da iridologia”, neologismo criado para explicar um processo de diagnóstico apenas com a observação da íris dos olhos. Os optometristas insistem em invadir a seara de competência da oftalmologia, prescrevendo e ao mesmo tempo vendendo óculos aos pobres incautos, que saem da “consulta” com a certeza de terem sido atendidos pelo “doutor”.

O mais grave é que esses “terapeutas” após o atendimento, não raro, passam receitas a seus “pacientes” que não se restringem apenas a plantas ou ervas medicinais, daquelas que, quando criança, sua avó sempre recomendava para curar seu mal estar, mas incluem remédios alopáticos, inclusive de venda controlada, que se usado incorretamente podem trazer sequelas irreversíveis ao organismo humano.

Não há dúvida que existem pessoas honestas e com bons propósitos no meio, que têm alguma formação e sabem das limitações próprias de suas terapias e não tentam ludibriar as pessoas. Porém, proliferam a cada dia os aproveitadores em busca do dinheiro daqueles que anseiam a qualquer custo a cura dos seus males. Cabe o alerta à população e às autoridades públicas.

O autor é advogado atuante no ramo do Direito Médico. candidoofernandes@bol.com.br

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