Minha Pasárgada
Vocês podem não acreditar, mas os brutos também amam... é fato!
Fico fascinado com os poetas de talento que sabem juntar letras, construir palavras, criar pensamentos e imagens que só eles veem na plenitude... ainda assim, os mortais medianos como nós, conseguem observar coisa impossíveis de serem notadas caso não fossem os textos dessas mentes desvairadas.
O “Política Sem Censura” abre espaço para a poesia inédita. Apenas as inéditas.
Assim, poeteiros e poeteiras de final de semana, dedos à obra e fiquem atentos.
Fico fascinado com os poetas de talento que sabem juntar letras, construir palavras, criar pensamentos e imagens que só eles veem na plenitude... ainda assim, os mortais medianos como nós, conseguem observar coisa impossíveis de serem notadas caso não fossem os textos dessas mentes desvairadas.
O “Política Sem Censura” abre espaço para a poesia inédita. Apenas as inéditas.
Assim, poeteiros e poeteiras de final de semana, dedos à obra e fiquem atentos.
Vamos ao poetimento... tão somente para poetar:
Minha Pasárgada
1- Vou-me embora de Pasárgada
Porque aqui não sou amigo do rei,
Só por ter falado, sem hora marcada,
Tudo o que sabia e o que ainda sei.
Vou-me embora de Pasárgada.
2- Vou-me embora de Pasárgada,
Aqui, muitos suseranos não me deixam ser feliz.
A existência é pura desventura.
É pouco justo ver o mísero inerte,
Um verdadeiro mestre na arte de jogar confete
Nas lambuzadas coroas dos soberanos,
Ganhar generosos prêmios por vários anos.
3- Aqui não posso enviar mensagens,
Pois cá impera a putaria e reina a sacanagem
De podar e niilizar todos aqueles sem direito a homenagem.
Pobre da cigana, do comunista e da meretriz,
Já ganharam, neste distinto lugar, uma rasgada cicatriz.
Eis que, pensando apenas na justiça, ousaram demais.
E assim, e tão somente por isso, serão tachados
De não merecedoras do céu e da paz.
4- Pasárgada é quase toda alva.
Cheira a eucalipto e a malva.
Alguns podem ver diversas outras cores
Restando em comum os seus peculiares odores.
Na realidade que não se vê, predomina o lixo e a podridão.
E entre dores que não aparecem, há festejos no reino
Regados a ódio, a rancor e a escuridão.
5- E quando eu estiver triste,
Mas triste de não ter jeito,
Quando o sangue brotar e rasgar meu peito
E a noite vier a vontade de me matar,
Saibam o rei e a rainha:
A noite sem Lua não dura mais que uma linha
E o sol, teimosamente, sempre volta a brilhar.
(Onde fica a sua Pasárgada?)