Momento Confúcio Moura A torturante sinuca de bico
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“Daí a pouco a família enche o saco. Num piscar de olhos, chame a ambulância, mande o doente para Porto Velho. Tire esse paciente daqui. Mande-o para longe. Para morrer longe.”
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Ele mesmo deu a dica no livro Caleidoscópio:
"Creio que a única solução seria uma revolta dos mortos. Se houver uma passeata de todos eles, com velas nas mãos pela Avenida Tancredo Neves, no horário de pico, no outro dia tem até orquídea no cemitério. Falta mesmo é um quebra pau".
E nem foi preciso o PT - quase defunto pós primeiro turno - fazer passeata, acender velas e quebrar o pau para Confúcio Moura ceder à pressão do grupo da senadora Fátima Cleide.
Que sinuca de bico! Deram duas escolhas ao candidato do PMDB:
1 – manter o compromisso firmado com o partido que declarou estar com ele por simpatia e, na verdade, escancarou que tudo não passa mesmo de interesse. Nesse caso não seria um traidor;
2 – Não ceder à pressão e mostrar que tem pulso. Assim, não seria um fraco.
Confúcio Moura escolheu a primeira opção.
Em menos de 48 horas, prazo dado pelo advogado e militante do PT, Ernandes Segismundo, o candidato a governador deu fim as bandeiras do presidenciável José Serra que enfeitavam os “pit stop´s”. Novos adesivos “face a face”, Confúcio e Dilma, começaram a circular no domingo e novas inserções do programa eleitoral gratuito passaram a falar na candidata do presidente Lula.
Essa tal sinuca de bico vive atazanando Confúcio Moura. Quando prefeito de Ariquemes recebeu parecer desfavorável do procurador do município em um processo para a realização de uma cirurgia bariátrica. Confúcio disse que seria um saco de batatas se o processo não fosse encaminhado. Resultado: o servidor que seria beneficiado com a cirurgia continua com obesidade mórbida.
Outra situação na área de saúde é relatada pelo próprio Confúcio nas páginas 78 e 79 do livro Caleidoscópio. Um desabafo contra famílias que não confiam na saúde do município e exigem a transferência do doente para Porto Velho.
Boa leitura!
“...Fala-se que está tudo bem. Que sempre foi assim mesmo, que não tem jeito de ser diferente, os usos e costumes entram no miolo das pessoas, daí a pouco o corredor do hospital vira um simples corredor sem alma. A enfermaria é o quarto da dor. A cela da prisão também é um cenário, o preso no banho de sol, de cabeça baixa, raspada devido o piolho, ali está o monstro, aqui está o doente, sei lá de quê, é assim mesmo que tem que ser.
Tudo é uma mentira. Tudo é senvergonhice (sic) total. Uma esculhambação total. Que a gente se acostuma com essa safadeza. E que não pode se acostumar nunca. Tem que meter a mão na mesa. Dar uma porrada bem firme. E falar para todo mundo. Vá para o raio que o parta!
Daí a pouco a família enche o saco. Num piscar de olhos, chame a ambulância, mande o doente para Porto Velho. Tire esse paciente daqui. Mande-o para longe. Para morrer longe. Isto é o máximo da safadeza. É o máximo da falta de humanidade, da falta de respeito. Uma cachorrada dos usos e costumes. É isto mesmo.
Mandar para fora alivia a consciência. Alivia a responsabilidade que não existe. O parente fica mais ou menos satisfeito.”
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