Rondônia, 22 de novembro de 2024
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Momento Confúcio Moura – Fé na Macumba

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“...Agora Confúcio, mande tirar o cocozão, jogue-o longe, senão não toma posse.”

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E daí se Confúcio Moura fez consulta com um babalorixá de Codó, no Maranhão? Ô povinho ignorante. Se todos estivessem lendo o Caleidoscópio como Confúcio sugeriu já saberiam que ele tem a maior fé no poder da macumba.

O peemedebista acredita tanto na urucubaca que traz um “despacho”, que o primeiro ato dele após tomar posse como prefeito de Ariquemes foi mandar retirar um monumento da Praça da Rodoviária. Ele acredita que a peça, colocada em homenagem a trabalhadores do garimpo Bom Futuro, estava enfeitiçada e que pode ter contribuído inclusive com a queda de cabelo. Toda a macumbaria foi jogada no município vizinho.

Não é sarro caro leitor. Agora, imaginem se alguém cair na besteira de dizer a Confúcio Moura que tem “trabalho feito” debaixo do CPA. Vai ser um show pirotécnico como Rondônia nunca viu.

Desejo a todos uma boa leitura:


“...Acordo com o canto do galo. De quando em vez sonhava com os telefonemas, sentia IT (iniciais de alguém conhecido) me apontando o dedo no nariz “tire o cocozão da praça”. Ai gente, cadê o sono. O monumento me atormentava dia e noite. Quando eu passava por ali, não tinha jeito, virava a cara para o outro lado, para que aquela excomungação não me entrasse pelos olhos.

Teve um dia que eu mandei o PLS, sigla de novo, acender umas velas na sexta-feira, treze de agosto, pelo menos para espantar aqueles diabinhos escondidos naquele monteiro de pedra. Continuei dormindo um pouco e mal. Amanhecia o dia com olheira. Aí o pessoal perguntava – você está doente? Não, não, é pelo cansaço da campanha. Que nada, por dentro estava me remoendo e já estava crente mesmo que o feitiço tinha me pegado de cheio.

Um dia resolvi ir lá. Cinco da manhã, calção, camiseta, tênis, boné. Nunca tinha visto de perto o dito cujo. Falei – vou lá, sentir de perto o efeito desta maldição. Será o Benedito que ninguém tira este povo da prefeitura? (Confúcio se referia à deputada estadual Daniela Amorim, que tentava reeleição em 2004). “...Ninguém me viu, senão daria o que falar. Um cheiro de merda no entorno dele. Até pensei que fosse eu mesmo borrando as calças.”

“....Olhei, dei uns tapinhas nela (o monumento era uma pedra de cassiterita). Nada de som de caverna. Rezei um Pai-Nosso que estais no céu. Benzi a testa e saí galopando na direção da Câmara de Vereadores, com os restinhos de cabelos duros que nem pregos. A veia do pescoço pulava. Nem olhe pra trás.  Desci a JK nem galope acelerado, fiz ziguezague para o encosto não me pegar. Fui para casa me lavar do pé a cabeça. Enxaguei-me numa bacia com água e sal grosso.

Seja  que Deus quiser. Não dá pra tirar o “monumento” de lá agora. É apostar na da oração.  Setembro foi chegando e campanha pegando fogo, pereciam pelotões em guerra. Quando saiu o resultado, me deu uma vitória apertada, IT me ligou de novo: agora Confúcio, mande tirar o cocozão, jogue-o longe, senão não toma posse. Pensei comigo, agora eu vou é viajar.
“...Depois da posse, foi meu primeiro ato. Dei uma olhada para ver se havia lei que criava o monumento mal assombrado. Não tinha. Ainda bem.”

Nota da autora – perdão por interromper a leitura, mas não é que o danadinho pensou mesmo em fazer arte?!


“...Acordo com o canto do galo. De quando em vez sonhava com os telefonemas, sentia IT (iniciais de alguém conhecido) me apontando o dedo no nariz “tire o cocozão da praça”. Ai gente, cadê o sono. O monumento me atormentava dia e noite. Quando eu passava por ali, não tinha jeito, virava a cara para o outro lado, para que aquela excomungação não me entrasse pelos olhos.

Teve um dia que eu mandei o PLS, sigla de novo, acender umas velas na sexta-feira, treze de agosto, pelo menos para espantar aqueles diabinhos escondidos naquele monteiro de pedra. Continuei dormindo um pouco e mal. Amanhecia o dia com olheira. Aí o pessoal perguntava – você está doente? Não, não, é pelo cansaço da campanha. Que nada, por dentro estava me remoendo e já estava crente mesmo que o feitiço tinha me pegado de cheio.

Um dia resolvi ir lá. Cinco da manhã, calção, camiseta, tênis, boné. Nunca tinha visto de perto o dito cujo. Falei – vou lá, sentir de perto o efeito desta maldição. Será o Benedito que ninguém tira este povo da prefeitura? (Confúcio se referia à deputada estadual Daniela Amorim, que tentava reeleição em 2004). “...Ninguém me viu, senão daria o que falar. Um cheiro de merda no entorno dele. Até pensei que fosse eu mesmo borrando as calças.”

“....Olhei, dei uns tapinhas nela (o monumento era uma pedra de cassiterita). Nada de som de caverna. Rezei um Pai-Nosso que estais no céu. Benzi a testa e saí galopando na direção da Câmara de Vereadores, com os restinhos de cabelos duros que nem pregos. A veia do pescoço pulava. Nem olhe pra trás.  Desci a JK nem galope acelerado, fiz ziguezague para o encosto não me pegar. Fui para casa me lavar do pé a cabeça. Enxaguei-me numa bacia com água e sal grosso.

Seja  que Deus quiser. Não dá pra tirar o “monumento” de lá agora. É apostar na da oração.  Setembro foi chegando e campanha pegando fogo, pereciam pelotões em guerra. Quando saiu o resultado, me deu uma vitória apertada, IT me ligou de novo: agora Confúcio, mande tirar o cocozão, jogue-o longe, senão não toma posse. Pensei comigo, agora eu vou é viajar.
“...Depois da posse, foi meu primeiro ato. Dei uma olhada para ver se havia lei que criava o monumento mal assombrado. Não tinha. Ainda bem.”

Nota da autora: Será que tem como o IPHAN conseguir logo o tombamento dos nossos monumentos antes que seja tarde?

“....Um pastor foi lá, orou, exorcizou o espírito do mal, ordenou que ele deixasse a cidade para sempre. Fez um sinal. O operador meteu o trator na base, engatou a marcha, subiu fumaça e jogou tudo aquilo fora do município de Ariquemes. Não vou falar o lugar, senão o prefeito de lá me mata ou me dá 24 horas para tirar o lixo atômico da sua jurisdição.”

Nota da autora: Explicadas as dificuldades que Jaru vem sofrendo desde então.

“Sabe o que tinha por baixo? Além de tudo que está pensando, montes de cabelos. Perguntei ao X9 que fez a operação bota-fora, se o cabelo não seria meu, que hoje me faz tanta falta. Ele apenas sorriu.

Xô assombração. Foi um alívio. Agora eu passo lá, olho, pareço outro. Leve e faceiro. Veja como é o mundo.

Eu não acredito em assombração. “Mas que  tive medo, não nego. Tive, agora não tenho mais.”


 

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