Rondônia, 24 de novembro de 2024
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Nada pessoal

Que fique bem claro: não escrevo levado por sentimentos pessoais. E digo logo isso porque ontem uma moça perguntou-me como nasceu meu sentimento de inimizade pelo governador. Ora, que bobagem! Nada há de pessoal entre o jornalista e o senhor Confúcio Moura. Aliás, sempre reconhecerei no (ainda) governador um cidadão fidalgo, de sorriso fácil, que no passado cheguei a receber algumas vezes em minha casa, onde aparecia sempre com sua secretária, para falarmos de sua presença na Câmara dos Deputados e, também, de seu projeto político de chegar ao governo rondoniense. Isso, antes de cumprir o papel como político ariquemense, responsável pela quebra do longo domínio do caudilho Ernandes Amorim, até então considerado imbatível naquela freguesia.


As críticas aqui publicadas são consequência de atos dos políticos que desvalorizam seus feitos prodigiosos do passado.
Quando se relembram os discursos de personagens tipo Mauro e Confúcio, confrontando-se suas decisões no comando do governo estadual ou de Porto Velho, parece estarmos diante de um caso de amnésia esquizofrênica procurando condenar Rondônia à mais vil miséria.

Como habitante antigo de Rondônia, com a família enraizada aqui; fico triste de constatar políticos como Confúcio e Mauro Nazif, nos cargos executivos mais importantes de Rondônia agindo contra a memória que os próprios inscreveram enquanto foram parlamentares. Não tenho, digo sinceramente, prazer em criticar esses dois gestores públicos. Preferiria retratá-los por alguma história de sucesso no governo do estado ou da capital.
As críticas aqui publicadas são consequência de atos dos políticos que desvalorizam seus feitos prodigiosos do passado.
Quando se relembram os discursos de personagens tipo Mauro e Confúcio, confrontando-se suas decisões no comando do governo estadual ou de Porto Velho, parece estarmos diante de um caso de amnésia esquizofrênica procurando condenar Rondônia à mais vil miséria.

LIBERDADE DE MUDAR

Apesar da febre apocalíptica que parece tomar conta de uma enorme quantidade do eleitorado (disposto a anular o voto ou, pior, votar em branco) com a aproximação das eleições, não se deve esquecer que as urnas simbolizam a liberdade de mudar e decidir.
Os participantes do movimento migratório sem paralelo, dos anos 70 e 80 sabem do que estamos falando. Estamos tão obcecados com aquilo que nos falta que nos sentimos, algumas vezes, incapazes de contemplar aquilo que conseguimos com o pioneirismo das décadas citadas.
Chegamos a um estado onde não havia praticamente nenhuma infraestrutura, nenhum conforto, nada. Mas conseguimos a integração da imensa massa dos chegados de todo o país. E usamos bem a liberdade de mudar e decidir a partir da primeira hora em que pudemos escolher nossas lideranças pelo voto.
Se lembrarmos como era a Rondônia dos tempos do pioneirismo, quando era chamada de “ultima fronteira agrícola” do Brasil, constatamos boas mudanças. Hoje existe educação, habitação, saúde, etc. E isso não foi construído pelos atuais ocupantes do poder.

MENOS DESIGUAL


As conquistas do passado é que está ai, resistindo. O pão, a habitação, a saúde, a segurança, a educação e o transporte não são mais sustentáveis, não estão bem distribuídos. Todos têm imensas queixas. Todos têm a aspiração de um estado mais justo e menos desigual.
É curioso constatar que os governantes de agora fizeram parte daqueles pioneiros aqui chegados nos anos 70 e 80  foram grandes defensores do “espírito” que moldou a Rondônia de hoje, são exatamente quem mais parece renegar aqueles princípios. Há um processo institucionalizado que desmantela as conquistas de nossos antepassados, dos pioneiros. Especialmente a falência da “ultima fronteira agrícola” de que tanto nos orgulhávamos.
As eleições estão próximas e permitirão novamente o exercício da liberdade de mudar e decidir. Só falta dar um passo em frente e ajudar alguns dos nossos democratas a sair da sua fase infantil, para que possam enfim reconhecer total legitimidade democrática àqueles com quem não concordam.

SEM PERPLEXIDADE

Quem conhece de perto o modus-operandi da grande maioria dos políticos rondonienses não ficou nem um pouco perplexo com as afirmações do “irmão Valter”, o ex-presidente da Assembleia que está preso no complexo penitenciário de Porto Velho, dando conta de que todos os deputados que votaram a favor da renúncia fiscal que beneficiou o consórcio das hidrelétricas do Madeira receberam uma propina da ordem de um milhão de reais cada.
A denúncia confirmou, mais uma vez, a idoneidade do presidente atual da Assembleia, deputado Hermínio Coelho, único refratário à corrupção naquela Casa.
Espera-se agora uma tomada de decisão por parte do corregedor do legislativo estadual. Essa corrupção precisa ser esclarecida no âmbito da Assembleia, principalmente porque a maioria dos recebedores da propina denunciados pelo irmão Valter continuam exercendo o mandato parlamentar na maior cara de pau, sem nenhum constrangimento. A Casa deve explicações à população, antes, muito antes, das providências que serão tomadas no âmbito do judiciário.

NAS MÃOS DO MP


Não posso imaginar que um prefeito tão desprestigiado e tão desacreditado como é o caso de Mauro Nazif conseguirá ficar livre de investigação dos órgãos de controle externo nesse episódio da contratação de uma empresa para fazer projetos de interesse de sua “administração”, por um valor de duas dezenas de milhões, sem a necessária licitação.
A opinião pública rondoniense anda esgota, angustiada e assustada como as coisas andam acontecendo na esfera pública do estado. Aparentemente esse caso da prefeitura (que tem uma Secretaria de Planejamento) cheira como um caso claro de flagrante desrespeito, um escândalo que não deverá passar batido pelo crivo de nossas instituições de controle externo.

QUEBRANTADO   

Luiz Cláudio e Maurão de Carvalho, dois deputados cassolistas, não entenderam como escapismo a resposta do Senador Ivo Cassol à informação de que a Procuradoria Geral Eleitoral pediu a cassação de seu diploma de senador eleito, expedido pelo TRE. A nota do Senador é um autêntico libelo digno de um religioso convicto, sempre em oração.
Salvo melhor juízo, Cassol não faz parte de nenhuma seita, mas os dois deputados garantiram: “ele é um homem muito quebrantado, que gosta de receber e fazer orações”. E nem com depoimentos como esse o ex-governador e (ainda) senador deverá se livrar dos riscos de perder rapidamente o mandato, para alegria de uma moça que, pelo visto, pode até não fazer muitas orações, mas parece entender bem de “despachos”.

MANCHETE

De ontem, em vários veículos da mídia eletrônica: “Valdir Raupp pede sensibilidade ao governo federal na reconstrução de Rondônia”. Em outras palavras: isso não significa nada. Se o pedido do barbudo de Rolim for atendido como tantos outros que andou fazendo na lenga-lenga que é sua vida pública, é melhor o povão esperar sentado, bem sentado.

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