Nova cultivar de batata-doce é lançada no Brasil
Uma parceria entre a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) gerou uma nova cultivar de batata-doce: a BRS Fepagro Viola, de dupla finalidade. A variedade de alta produtividade, que pode ser usada para consumo humano e produção de biocombustível, foi lançada na tarde desta segunda-feira (21), no espaço da Fepagro na 16ª edição da Expoagro Afubra, em Rio Pardo,RS. Durante a manhã, o diretor-presidente da Fundação, Adoralvo Schio, participou da abertura oficial do evento, que contou com a presença do governador do Estado do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori; do secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo; de produtores rurais; entre outros. A Feira segue até quarta-feira (23), das 8h às 18h, com entrada gratuita.
Sartori saudou os 205 anos do município de Rio Pardo e disse estar alegre em ver o trabalho dos pequenos agricultores que, além de produzirem para seu próprio sustento, levam o alimento para a cidade. "É preciso acreditar e reconhecer a força desse setor", declarou. O governador destacou que sabe das dificuldades enfrentadas, mas que é preciso ter coragem e determinação para vencê-las uma a uma. "A nossa gente é um capital humano extraordinário. Queremos que o desenvolvimento chegue a todas as regiões, para oferecer um Estado melhor, um poder público melhor".
Lançamento da BRS Fepagro Viola
Durante o lançamento, o pesquisador da Fepagro, Zeferino Chielle, contou que as atividades de melhoramento de batata-doce funcionam desde 1942 na Fepagro Vale do Taquari, com variedades sendo utilizadas pelos agricultores locais há muitas décadas. Em conjunto com a Embrapa, pesquisadores da Fundação coletaram amostras dessas variedades utilizadas pelos produtores. No processo de seleção, foi realizada a limpeza clonal e multiplicação dos materiais mais promissores em termos de vigor e produtividade.
Dos mais de 50 materiais testados a campo, a BRS Fepagro Viola se destacou pela alta produtividade e versatilidade. "É uma cultivar que responde bem a qualquer trato cultural e produz de 60 a 80 toneladas por hectare", detalhou Chielle. Outro diferencial da cultivar, de acordo com o pesquisador, é a diversidade no tamanho da raiz, que pode ter formatos diferentes e, por isso, diferentes aplicações. "Serve para consumo humano, para produção de biocombustível e até para ração animal, devido a seu alto valor energético", enumerou.
O diretor-presidente da Fepagro, Adoralvo Schio, ressaltou a importância da parceria com a Embrapa e afirmou que pesquisas precisam de tempo e de continuidade. "Precisamos somar esforços para cumprirmos nossa missão, que é dar ao produtor alternativas para melhorarem sua condição de vida".
O chefe geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, comemorou o resultado depois de mais de 10 anos de pesquisa. Disse ser um momento simbólico porque materializa a ação das duas instituições. "É a primeira vez que lançamos uma cultivar de forma conjunta. E colocar à disposição mais uma alternativa com alto teor produtivo vai fazer toda a diferença para os agricultores".
O secretário Polo celebrou a integração da Fepagro e da Embrapa. "Somos abençoados por poder transmitir informação e compartilhar novas tecnologias com os agricultores. O trabalho conjunto é, além de uma possibilidade, uma garantia para que possamos entregar para a sociedade o melhor trabalho, apesar das dificuldades".
Participaram também do lançamento o diretor executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Junior; os deputados estaduais Pedro Pereira e Zilá Breitenbach; o prefeito de Rio Pardo, Fernando Schwanke; o presidente da Afubra, Benício Werner; e o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Luis Antonio Suita de Castro.
Darlene Silveira (Jornalista Fepagro)
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