O candidato corrupto e o eleitor desonesto
Corrupção e desonestidade. Duas palavras com significados diferentes que, no âmbito político, caminham, infelizmente, lado a lado, numa perfeita harmonia e união, gerando consequências desastrosas para a sociedade, independentemente da classe social. Para exemplificar a afirmativa, trago como exemplo dois protagonistas do pleito eleitoral, seja ele municipal, estadual ou federal: o “candidato corrupto” e o “eleitor desonesto”.
Obviamente, sem generalizar, pois existem as exceções, descreverei as principais características consideradas por este articulista que qualificam o “candidato corrupto”. Vejamos: ausência de propostas de trabalho concretas para o cargo pretendido; abordagem ao eleitor sempre ladeada de ofertas indecorosas (compra de voto e “supostas lideranças de bairro”); promessas estapafúrdias; acordos políticos que comprometem a lisura e, principalmente, a independência no exercício do mandato; sempre diz SIM, mesmo sabendo que não poderá honrar com o compromisso futuro.
Agora, sem mais delongas, falaremos dos atributos daqueles que não são maioria, mas acabam fazendo a diferença, o “eleitor desonesto”: solicita ao candidato pedidos individuais/particulares, deixando de lado os interesses da coletividade, adora ouvir SIM, mesmo sabendo que não conseguirá ser atendido devido ao pedido ser contrário a atribuição do mandatário, requer vantagem financeira para declarar apoio na campanha (fixação de adesivo no carro, moto, bicicleta, etc.), exige vários litros de combustível e, por fim, acaba fazendo o acordo também chamado de “fechamento”, com o que oferece a proposta mais vantajosa. Detalhe, não importa quem e sim a quantia recebida.
Conclusão! Enquanto não houver uma conscientização, interesse da sociedade de bem em acreditar que é possível eleger pessoas confiáveis, honestas, sinceras, capazes de cumprir com as suas obrigações inerentes ao cargo que lhe fora conferido nas urnas, o Município, o Estado e o País continuarão sendo palco de escândalos protagonizados por corruptos transvestidos de representantes do povo. Povo este que, por sua vez, quando do momento “oportuno”, ou seja, as campanhas eleitorais, buscam “resolver” momentaneamente as suas vidas e esquecem que, aquele que vende o seu voto/apoio, acaba perdendo, no futuro, o direito de cobrar providências na área da saúde, moradia, emprego, agricultura, segurança pública, educação, saneamento básico, água tratada, iluminação pública, etc.
* Luiz Paulo é advogado (OAB/RO 10.552), jornalista (DRT/RO 841), pós-graduando em Direito Eleitoral e palestrante.
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