O julgamento será em 2018
A divulgação da chamada “delação do fim do mundo” na qual executivos, o proprietário e o ex-presidente da empreiteira Odebrecht revelam o engenhoso esquema de pagamento de propina a políticos em troca de vantagens em licitações de obras públicas intima o eleitor a tomar uma posição firme contra os acusados de corrupção. O Ministério Público Federal e a Justiça estão fazendo sua parte, acatando as denúncias da Procuradoria Geral da República e denunciando os envolvidos. Muitos utilizam o instrumento da delação premiada para escapar de condenações mais altas e tentar um novo mandato. Na pior das hipóteses, caso não consigam o registro para disputar as campanhas eleitorais, indicam filhos, esposas e até a mãe, como aconteceu em 2014 em Rondônia.
O julgamento letal para esses políticos acostumados a enricar com o dinheiro público é o das urnas. O eleitor precisa tomar consciência da conduta do mau político e observar se o candidato está enxovalhado com o fruto da corrupção. E não vale aquele ditado: roubou, mas fez. Fez porque roubou e vai continuar metendo a mão nos recursos da sociedade. Vejam o exemplo de Porto Velho. Quando soube-se da construção das usinas do rio Madeira, boa parte da opinião pública ficou entusiasmada com o volume de dinheiro em circulação na cidade e os investimentos de contrapartida dos consórcios de Santo Antônio e Jirau, comandadas, justamente, por aquelas empreiteiras metidas nos carteis do crime.
Passada a construção dos empreendimentos, as compensações não foram concluídas em sua totalidade. A cidade pagou um preço terrível em todas as áreas essenciais. O pouco dos recursos repassadas acabou custeando cursos de pós graduação para a turma do ex-prefeito Roberto Sobrinho, compra de caminhonetes de luxo para o staff da gestão petista, e outros mimos à cúpula partidária local. Evidente que houve algumas obras importantes mas os investimentos foram tímidos, sem dúvida.
Com a revelação dos esquemas da Odebrecht, sabemos o porquê muita gente ficou calada quando cobraram as compensações sociais e ambientais da Santo Antônio Energia. O consórcio andou pagando fortunas para nossos representantes políticos, os fiadores para que a empresa lucrasse cada vez mais à custa do nosso sofrimento.
Em 2018, o eleitor tem a chance de renovar. Enxotar essa espúria classe encastelada em Brasília e nos estados fiel a acordos escusos noturnos. De noite, brindam a corrupção e de dia enganam o eleitor com essa estorinha de liberação de emendas e combate à corrupção. Chega! Ninguém aguenta mais pagar impostos tão caros, encargos sociais absurdos, nutrir essa corja de criminosos e não ter uma saúde digna, uma boa educação elementar, ruas pavimentadas e alimentos mais baratos. Que venha 2018 e a tão sonhada renovação.
* O autor é jornalista e editor do RONDONIAGORA
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