O "maestro" que merece um Nobel - Por Ivonete Gomes
Dos milhares que lhe são gratos, poucos o reconhecem pelo cabelo meio grisalho, corpo franzino, sorriso comedido e pose de peão. Não ligam a pessoa ao nome nem aos atos, embora já o tenham visto ora ou outra em programas de televisão ou fotos nos jornais. Ele não é Nobel de medicina ou paz, mas um legado faz jus a seu nome no rol de benfeitores como Malala Yousafzai, Shirin Ebadi, Jimmy Carter, Nelson Mandela e Dalai Lama.
Os números desnudam uma árdua batalha da perseverança contra as adversidades, mas são pequenos quando comparados aos reais resultados. A grandeza do trabalho de Henrique Prata está na história de uma mãe que sobreviveu a tumores no útero ou de um pai vitimado por um câncer no fígado que morreu em Barretos com a dignidade jamais oferecida àqueles de baixo poder aquisitivo.
Os números desnudam uma árdua batalha da perseverança contra as adversidades, mas são pequenos quando comparados aos reais resultados. A grandeza do trabalho de Henrique Prata está na história de uma mãe que sobreviveu a tumores no útero ou de um pai vitimado por um câncer no fígado que morreu em Barretos com a dignidade jamais oferecida àqueles de baixo poder aquisitivo.
Câncer é doença cara. São os menos afortunados - antes condenados à venda de todo e qualquer patrimônio em busca de cura - ou aqueles sem nenhuma esperança de sobrevida, que mantêm Henrique Prata nas orações diárias.
Com a filosofia de que a fé o aproxima de Deus, Prata vem salvando milhares de vidas e oferecendo milagres às famílias Brasil afora. Em Rondônia, a instituição (criada por seu pai no interior de São Paulo há pouco mais de meio século) atende a quase 1,8 mil pessoas - 95% dos casos registrados - e vai expandir esse número com a construção do Hospital de Câncer da Amazônia. Do povo sofrido dessas paragens do poente, Prata tem grande reverência, profundo respeito, amor.
Com modéstia que lhe é peculiar, Henrique Prata afirma: “O hospital sobreviverá a mim... sou só um maestro da orquestra. Deus me converteu para parar de pensar em bois e pensar em pessoas doentes. Minha fé não permite parar e a filosofia da instituição é tão maior que só precisa de um maestro que não a deixe desafinar”.
Nessa sinfonia afinada contra o câncer sob a batuta de tão valoroso maestro, só nos cabe singela e reconhecida lembrança de seu nome para, a exemplo de Chico Xavier, ser o próximo brasileiro indicado a um Nobel. Oito milhões de coroas suecas seriam bem vindas à causa para salvar mais Maras, Marias, Joões e, quem sabe algum Juarez que esteja por aí à espera de voltar para casa com a saúde reestabelecida.
*Dedicado a Juarez Alves da Silva, vencido pelo câncer em setembro de 2014. Morreu dignamente amparado por grandes e generosos profissionais do Hospital de Barretos comandados com a benevolência e dedicação deste grande homem batizado com o nome de Henrique Prata.
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