O Menino Que Encontrou Jesus - Por Ivonete Gomes
Nota da autora:
Na cozinha um grupo de mulheres preparava os mais típicos pratos do nosso Norte brasileiro. Quase dá pra sentir o cheiro de vatapá no ar, provavelmente feito por minha irmã, Ivone Gomes, com o mesmo esmero de sempre e generosa porção de camarão. Passadas algumas horas, as matriarcas, como de costume, voltaram a atenção para as necessidades alimentares dos pequenos que ali estavam. Era hora de servir o almoço.
Naquela roda de antigos companheiros reunidos para mais uma ocasião festiva, minha irmã viu Socorro, amiga de longa de data, chegar à casa do anfitrião acompanhada de um rapazinho que aparentava ter entre 12 e 14 anos. De pele escura e com pescoço levemente inclinado para o lado, como se carregasse sequela de alguma lesão que lhe tirava a postura correta, ele acompanhou as duas nos cumprimentos a uma curta distância. Minha irmã olhou para ele, lhe deu as boas vindas e recebeu de volta um sorriso belo e acolhedor.
Na cozinha um grupo de mulheres preparava os mais típicos pratos do nosso Norte brasileiro. Quase dá pra sentir o cheiro de vatapá no ar, provavelmente feito por minha irmã, Ivone Gomes, com o mesmo esmero de sempre e generosa porção de camarão. Passadas algumas horas, as matriarcas, como de costume, voltaram a atenção para as necessidades alimentares dos pequenos que ali estavam. Era hora de servir o almoço.
O assunto e a procura pelo convidado que ninguém havia visto foram facilmente esquecidos pela conversa agradável e a farta comida. Já no final da tarde, Elizabete, outra amiga de muitos anos, tira da bolsa um objeto e o entrega dizendo: - Ivone, aqui está o livro do qual havia te falado. Você precisa lê-lo.
Com riqueza de detalhes, minha irmã me relatou uma sequência de reações físicas causadas pela violenta surpresa. Na capa da obra, cujo título é O Menino Que Encontrou Jesus, estava a foto do visitante a quem ela tanto queria entregar o prato de comida.
O livro da escritora Imaculeé Llibagiza, lançado pela Editora Ecclesiae, conta a fantástica história real de Segatashya, um menino ruandês pobre e analfabeto que teria tido inusitados encontros com Jesus e feito ousadas perguntas ao Cristo sobre religião, fé, céu, inferno e, em especial, sobre sofrimento e propósito da vida. Ele e outras crianças africanas videntes, que anunciaram inclusive o genocídio em Ruanda, são alvo de investigação da Santa Sé no acurado processo de canonização.
Por que minha irmã viu Segatashya, por que a aparição entrou com a Socorro e por que Elizabete escolheu aquela ocasião para entregar o livro, ninguém sabe explicar. Acreditar ou não na história, tampouco importa. Para elas e para mim, que ouvi o emocionante relato, importante é ter a certeza de que somos guiados e estamos amparados, é acreditar no amor sublime que nos impulsiona dia após dias a sermos pessoas melhores refletindo, perdoando e celebrando a vida com alegria, esperança e fé.
Tenham todos uma iluminada semana!
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