Olhando por trás da cortina!
Há um princípio na mágica cuja lógica é encantadoramente mortal. Quanto maior for sua atenção naquilo que o ilusionista diz estar prestes a fazer, maiores serão as chances de você nada enxergar... aí, então, a mágica, de forma singular, materializa-se diante de seus olhos e ilude. É mais ou menos essa a manipulação realizada pela mídia em relação a muita coisa, e, em particular, à Petrobrás. Por favor, poupem-me de discursos vazios calcados numa demagogia desqualificada. Somos conhecedores de problemas graves (e históricos) na nossa empresa de petróleo. Para o bem da nação, essas dificuldades precisam ser superadas com muita determinação. Preferencialmente, colocando algumas almas desgarradas na cadeia, ou seja, aquelas cujas ações remontam à sombria época militar e que, de forma imoral, enriqueceram ilicitamente ao longo dos anos.
3. Pânico no setor.
O jogo do petróleo é um dos mais cruéis e perigosos no mundo. Tudo a envolver o ouro negro possui uma grande dimensão, com cifras astronômicas. Muitos países já foram à guerra por ele e nações inteiras foram arrasadas pela febre dos petrodólares. O mundo vive uma crise fabricada nesse setor, cujos objetivos ainda não estão muito claros. O preço despencou no mercado internacional, levando as grandes empresas produtoras ao pânico. Pela primeira vez, em cinco anos, o preço da commodity baixou dos US$60. Há alguns meses, estava acima de US$115 o barril. Que fatores determinantes surgiram nesse período a justificar tamanha queda?
3. Pânico no setor.
As ações da ExxonMobbil, Chevron, Shell e, claro, da Petrobrás caíram consideravelmente em função desse movimento internacional. Nos últimos seis meses, as ações da Goodrich Petroleum foram ao chão com queda de 86%. As da Oasis Petroleum despencaram 75%. O fato determinante é uma oferta abundante de petróleo no mercado (lei da oferta e da procura). A OPEP costuma controlar isso com muito pragmatismo. O fato daquele clube de produtores não ter estabelecido o fator redutor da produção para conter a queda da commodity tem a ver com política global (mas não só). Com esses preços, os danos nas economias Russas e Iranianas (totalmente dependentes da exportação do petróleo) prometem ser fortes e desestabilizadores. Aqui, entra os interesses do EUA, as retaliações em face da invasão da Ucrânia e a crescente importância do Irã na região, cujo parceiro principal do Tio Sam ainda é a Arábia Saudita.
4. Todos jogam...
Mas essa não é a única versão para a crise mundial. A manutenção da grande oferta de petróleo no mercado pode ser uma estratégia da OPEP, com vistas a inviabilizar a produção do chamado shale oil, isto é, do petróleo extraído do xisto. Estima-se que a reserva desse óleo nos Estados Unidos ultrapasse a casa dos 2 trilhões de barris, um mar de petróleo. Essa produção mineral avançou muito rápido na terra do Obama, não obstante possui um custo de produção muito alto. O preço do barril de petróleo abaixo de US$70 inviabiliza o negócio, cujos investimentos foram astronômicos. Com isso, quebram-se as empresas, a produção do xisto sofre uma parada e, consequentemente, volta-se a comprar da OPEP. Assim, preço do barril tende a alçar o valor de US$100 rapidamente.
5. Enganando o bobo
Mas nem tudo é crise. A queda do preço do petróleo no mercado internacional, em curto prazo, é boa para a Petrobrás. O Brasil, em 2013, necessitou importar US$40,5 bilhões de dólares em petróleo, combustíveis e lubrificantes. Essa brincadeira deixou um rombo de US$20,27 bilhões na balança comercial, conforme dados da própria empresa. Com o petróleo mais barato, essa conta melhora. No entanto, o pano de fundo ainda é o Pré-Sal, suas gigantescas reservas, o sistema de partilhas adotado pelo governo e o desagrado das grandes petrolíferas transnacionais (que ficaram de fora do Pré-Sal). Com o barril abaixo de US$50, a exploração, na plataforma marítima, tende a ser deficitária. Considerando os grandes investimentos em processo para a retirada do óleo do fundo do mar, esse panorama crítico do preço internacional não é interessante para o país.
Aí, cara pálida, dá para entender por qual motivo o Senador Aluísio Nunes (PSDB/SP) defende abertamente a privatização da Petrobrás? Por quais razões os escândalos de natureza policial ganham contornos ideológicos?
Como num grande show de ilusionismo, a grande mídia, tendenciosamente, encarrega-se de desviar os olhos do leitor para um canto, enquanto, ao mesmo tempo, o mágico trabalha habilmente as mãos em outro espaço...
3. Pânico no setor.
O jogo do petróleo é um dos mais cruéis e perigosos no mundo. Tudo a envolver o ouro negro possui uma grande dimensão, com cifras astronômicas. Muitos países já foram à guerra por ele e nações inteiras foram arrasadas pela febre dos petrodólares. O mundo vive uma crise fabricada nesse setor, cujos objetivos ainda não estão muito claros. O preço despencou no mercado internacional, levando as grandes empresas produtoras ao pânico. Pela primeira vez, em cinco anos, o preço da commodity baixou dos US$60. Há alguns meses, estava acima de US$115 o barril. Que fatores determinantes surgiram nesse período a justificar tamanha queda?
3. Pânico no setor.
As ações da ExxonMobbil, Chevron, Shell e, claro, da Petrobrás caíram consideravelmente em função desse movimento internacional. Nos últimos seis meses, as ações da Goodrich Petroleum foram ao chão com queda de 86%. As da Oasis Petroleum despencaram 75%. O fato determinante é uma oferta abundante de petróleo no mercado (lei da oferta e da procura). A OPEP costuma controlar isso com muito pragmatismo. O fato daquele clube de produtores não ter estabelecido o fator redutor da produção para conter a queda da commodity tem a ver com política global (mas não só). Com esses preços, os danos nas economias Russas e Iranianas (totalmente dependentes da exportação do petróleo) prometem ser fortes e desestabilizadores. Aqui, entra os interesses do EUA, as retaliações em face da invasão da Ucrânia e a crescente importância do Irã na região, cujo parceiro principal do Tio Sam ainda é a Arábia Saudita.
4. Todos jogam...
Mas essa não é a única versão para a crise mundial. A manutenção da grande oferta de petróleo no mercado pode ser uma estratégia da OPEP, com vistas a inviabilizar a produção do chamado shale oil, isto é, do petróleo extraído do xisto. Estima-se que a reserva desse óleo nos Estados Unidos ultrapasse a casa dos 2 trilhões de barris, um mar de petróleo. Essa produção mineral avançou muito rápido na terra do Obama, não obstante possui um custo de produção muito alto. O preço do barril de petróleo abaixo de US$70 inviabiliza o negócio, cujos investimentos foram astronômicos. Com isso, quebram-se as empresas, a produção do xisto sofre uma parada e, consequentemente, volta-se a comprar da OPEP. Assim, preço do barril tende a alçar o valor de US$100 rapidamente.
5. Enganando o bobo
Mas nem tudo é crise. A queda do preço do petróleo no mercado internacional, em curto prazo, é boa para a Petrobrás. O Brasil, em 2013, necessitou importar US$40,5 bilhões de dólares em petróleo, combustíveis e lubrificantes. Essa brincadeira deixou um rombo de US$20,27 bilhões na balança comercial, conforme dados da própria empresa. Com o petróleo mais barato, essa conta melhora. No entanto, o pano de fundo ainda é o Pré-Sal, suas gigantescas reservas, o sistema de partilhas adotado pelo governo e o desagrado das grandes petrolíferas transnacionais (que ficaram de fora do Pré-Sal). Com o barril abaixo de US$50, a exploração, na plataforma marítima, tende a ser deficitária. Considerando os grandes investimentos em processo para a retirada do óleo do fundo do mar, esse panorama crítico do preço internacional não é interessante para o país.
Aí, cara pálida, dá para entender por qual motivo o Senador Aluísio Nunes (PSDB/SP) defende abertamente a privatização da Petrobrás? Por quais razões os escândalos de natureza policial ganham contornos ideológicos?
Como num grande show de ilusionismo, a grande mídia, tendenciosamente, encarrega-se de desviar os olhos do leitor para um canto, enquanto, ao mesmo tempo, o mágico trabalha habilmente as mãos em outro espaço...
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