Pesquisas sobre consumo de água e ILPF atraem lideranças internacionais
Tudo o que você pode medir, pode ser administrado. Esta foi a definição dada pelo chefe corporativo mundial de Agricultura, Hans Jöhr, da Nestlé, a respeito de pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), sobre uso da água na produção animal.
Jöhr esteve, na sexta-feira (1º de abril), no centro de pesquisa e conheceu o projeto de Pegada Hídrica da carne e do leite, estudo que mede o consumo de água para produção desses alimentos. O representante mundial da Nestlé destacou a importância do monitoramento para melhorar a gestão dos recursos naturais na pecuária. "O processo para medir o consumo de água, que vi no Sistema de Produção de Leite da Embrapa, possibilita melhorar a eficiência do uso dos recursos hídricos. Definitivamente, esse é o caminho, porque quem mede, administra melhor", enfatizou.
Acompanhado do gerente executivo René Machado, da Nestlé no Brasil, ele conheceu algumas pesquisas desenvolvidas na unidade. Além do uso dos recursos hídricos na produção pecuária, Jöhr viu de perto o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), novidade para ele.
O pesquisador Alberto Bernardi apresentou características dos sistemas integrados e seus benefícios aos produtores. Ele ressaltou a vantagem do modelo para diversificar a renda do pecuarista, além de a tecnologia ser importante para redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e recuperação de áreas de pastagens degradadas.
Segundo René Machado, o objetivo da visita foi compartilhar um pouco do trabalho de pesquisa, já que alguns conhecimentos são utilizados pela Nestlé no Brasil.
Machado ressaltou que parte dos projetos relacionados à água da Nestlé foi de experiências repassadas pela Embrapa. "Instalamos hidrômetros em todas as propriedades que fornecem leite para abastecer a fábrica de Araraquara para medir o consumo de água e melhorar seu uso. Estamos aproveitando bastante o conhecimento desenvolvido aqui", falou.
Pegada Hídrica da carne e do leite
A Embrapa Pecuária Sudeste, em parceria com instituições de pesquisa e iniciativa privada, desde 2014, calcula a pegada hídrica da carne e do leite. Coordenado pelo pesquisador Julio Palhares, o estudo considera a realidade brasileira, tendo como base os sistemas de produção de carne em confinamento e de leite a pasto.
De acordo com Palhares, a pegada hídrica auxilia no entendimento de como o produto se relaciona com a água. Para ele, o mais importante não é o valor final, mas as informações geradas pelo cálculo que possibilitam uma melhor gestão dos recursos hídricos nas propriedades e nas cadeias de produção.
O resultado dessa pesquisa será a validação de práticas e tecnologias para reduzir o valor da pegada hídrica da carne e do leite e melhorar a eficiência do uso da água na pecuária.
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