Religião e política
O Ministério Público e o Tribunal de Contas de Rondônia apuram desde 2013 o uso indevido de recursos públicos para realização de eventos religiosos e promoção de políticos. O convênio 188/2013/PGE, pactuado pela Superintendência Estadual dos Esportes, da Cultura e do Lazer, destinou R$ 163 mil para a entidade Centro de Teatro de Bonecos de Porto Velho, cujo objetivo era realização do I Congresso de Missões da Assembleia de Deus Madureira – COMADEM, ocorrido naquele ano. A organização cultural se apropriou dos recursos e repassou R$ 80 mil para a ONG Associação Beneficente Viver, contratada para atender o evento religioso com som, palco, decoração e cachê artísticos. Não houve prestação de contas e o TCE suspeita da promoção pessoal de deputados estaduais ligados à Igreja Assembleia de Deus.
Mais ilegalidades
O Tribunal de Contas proibiu o repasse de recursos para o Centro de Teatro de Bonecos e a ONG Associação Beneficente Viver, mas novamente a Superintendência de Esportes e Lazer programou o repasse de R$ 500 mil através do convênio 273/2013. Na investigação em trâmite no TCE, a procuradora Maria Rejane, que endossou a transferência dos recursos, terá defesa auxiliada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Crime orquestrado
Para o TCE, houve orquestração de crimes perpetrados por essas entidades e parlamentares estaduais. “Encaminhamento de cópia dos presentes autos ao Ministério Público do Estado de Rondônia – MPRO, haja vista os indícios de orquestração para o crime, envolvendo agentes públicos aliados a entidades não governamentais, que possivelmente desviaram/malversaram recursos públicos em benefício de terceiros e para promoção de figuras ligadas ao cenário político e religioso do Estado de Rondônia...”, diz taxativa o documento.
Ada, a bola da vez
Após a indigesta discussão com uma professora da rede estadual de ensino, a vereadora Ada Dantas (PMN) deve enfrentar pelo menos dois processos de pedido de cassação do mandato por quebra de decoro. O primeiro é do Partido dos Trabalhadores (PT) e o segundo deve seguir do sindicato da base da trabalhadora atingida pelas palavras de baixo calão da representante política na Câmara. O assunto foi mais comentado que a famosa lista vazada com os supostos comissionados da Prefeitura de Porto Velho e seus padrinhos.
Círculo fechado
Por enquanto, Ada precisa se preocupar com a repercussão negativa junto à opinião pública. Na Câmara, ela deve ser poupada ou no máximo receber uma advertência por ter citado o PT como fonte de eventuais “quengas” e ter atribuído a conduta da professora os males da Educação em Porto Velho. A consequência imediata dos prejuízos políticos poderá aparecer em 2018 na reeleição do seu esposo, o deputado Jesuíno Boabaid (PMN).
PSDB com projeto próprio
Em que pese as conversas com o PDT, PP e até o PMDB, o PSDB caminha para projeto próprio em 2018. O ex-senador Expedito Junior, dirigente regional, quer tirar um “coelho” da cartola, como fez com o atual prefeito Hildon Chaves. O próprio deve concorrer ao Senado. A deputada federal Mariana Carvalho, bem avaliada pelo eleitorado, também acalenta o desejo de concorrer ao Palácio Presidente Vargas e como não poderá ter vaga no ninho tucano, ela já pensa seriamente em uma segunda opção partidária.
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