Rondônia, 24 de novembro de 2024
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RondoniaBusiness semanalmente no RONDONIAGORA

O jornalista e consultor José Armando Bueno inicia coluna com divulgação duas vezes por

semana no Rondoniagora. Sócio dirigente da Bueno Consultoria e Treinamento e Bueno Escola

de Negócios, o profissional trará informações importantes sobre a economia empresarial de

Rondônia, os desafios do nosso desenvolvimento e quais soluções podem ser implantadas

para aproveitar as oportunidades.

 


Em 2020 seremos cerca de 1 milhão e novecentos mil habitantes, talvez menos. Muito distante dos 2,5 milhões ou até 3 milhões que alguns alquimistas de estatísticas jogam ao vento, querendo situar Rondônia no Olimpo do desenvolvimento. Estamos muito longe disso, muito. Nossa realidade dura, crua e violenta nos empurra para o fundo, com enorme contribuição vinda da camarilha de políticos que historicamente fez e faz pouco ou nada, de fato importante ou relevante, para nosso desenvolvimento. Há mais discurso que prática, mais falação que ação. E, como dizia o nobre Darcy Ribeiro no seu esfuziante “Aos Trancos e Barrancos”, este é o país da maracutaia.

Isso não é destino, é desatino. Não é fatalismo, é conformismo.

Em 2020 seremos cerca de 1 milhão e novecentos mil habitantes, talvez menos. Muito distante dos 2,5 milhões ou até 3 milhões que alguns alquimistas de estatísticas jogam ao vento, querendo situar Rondônia no Olimpo do desenvolvimento. Estamos muito longe disso, muito. Nossa realidade dura, crua e violenta nos empurra para o fundo, com enorme contribuição vinda da camarilha de políticos que historicamente fez e faz pouco ou nada, de fato importante ou relevante, para nosso desenvolvimento. Há mais discurso que prática, mais falação que ação. E, como dizia o nobre Darcy Ribeiro no seu esfuziante “Aos Trancos e Barrancos”, este é o país da maracutaia.

Isso não é destino, é desatino. Não é fatalismo, é conformismo.

Os números falam. E como. Diferente do discurso desenvolvimentista e ufanista de plantão, vivemos de surtos. Somos o estado da Região Norte cujo crescimento populacional é “lentium”. Crescemos de 2000 a 2010 míseros 13,39% (última posição na Região Norte), perdendo longe para o Amazonas, com robustos 40,70%. Perdemos longe até para Cujubim, na nossa própria terra, com 142,56%. Portanto, crescemos pouquíssimo e quase como o Brasil, com apenas 1,3% de taxa anualizada. Nosso PIB é de pobre e nosso share de consumo é de raquítico 0,6% do país, ou pouco mais de R$ 16 bilhões, o mesmo que uma cidade como Belém, não mais.

Os números falam. E como. Ocupamos a 23ª posição no ranking de estados pelo PIB. Nossos pares acima e abaixo da lista, percentualmente e proporcionalmente cresceram muito, muito. Logo vamos cair de posição, no ritmo dos desatinos que nos assola. Porto Velho, que se pretende uma ilha de prosperidade e relevância econômica, patina. A maioria dos setores econômicos sofre taxas decrescentes de participação e faturamento. A população cresceu à taxa anualizada (de 2000 a 2010) apenas 2,8%. Há cidades chinesas que recebem 10 mil pessoas ao dia. Ao dia. Não somos a China, mas padecemos de uma sina. A sina do ufanismo barato, que pretende nos alçar ao lado de economias pujantes, mas estamos enfadados do discurso dos meliantes.

E não venham me falar de PIB Per Capita. Temos altíssima concentração de renda, então, falar que cada rondoniense tem renda próxima dos R$ 16 mil é piada. E concentração de renda é bastante simples de entender: a maior parte da riqueza está nas mãos de poucos. Corram as cercanias, as periferias, todas cheias de idiossincrasias e malfeitorias. Corram cidades, bairros, os povoados e lugarejos, e vocês vão bater de frente com a dura realidade da distância entre o fato e a versão vendida pelos políticos.
Não faltam recursos. Faltam projetos. Somente a prefeitura de Porto Velho tem estocado centenas de milhões de reais intocados pela ineficiência. Projetos são feitos, mas de tão mal elaborados, são rejeitados. Não faltam recursos, faltam cérebros. O governo do estado padece do mesmo mal, daí a sina maldita de buscar “parcerias”, codinome para a maquiagem no uso e abuso dos recursos públicos sem dono. Não faltam recursos, falta vontade de mudar, vontade de realizar, sair do discurso vazio ufanista e imediatista.

Do lado de cá do balcão trabalhamos, investimos, insistimos e persistimos à revelia de tanta negociata, tanta passeata. Greve não é recurso de defesa de classe, é ataque de políticas de grupos. Rondônia não tem projeto, não tem futuro. Vivemos de ciclos que se consomem em si desde sempre. Já corri aqui e acolá, governo, governantes, lideranças e estreantes. Nada. Recebem-me com cafezinho, sorrisinho e nada mais que um olharzinho enfadonho. Não querem mudar, querem se locupletar. Sim, todos. De lideranças políticas a lideranças empresariais, todos estão envolvidos em lutas fratricidas.

Nossa janela de oportunidade fecha-se rapidamente. As usinas, bem as usinas serão concluídas bem antes do prazo, pela eficiência dos empreendedores, e nós vamos ficar no atraso. Mais uma vez. Mais um ciclo. Nada foi e nada será feito. Quem manda não sabe o que fazer, não quer saber e pobre daquele que quiser entender.

Em 2020 já teremos sido massacrados pela crise global, pela falta de ação governamental e pela ingestão letal de tanto mal. Vamos sobreviver, certamente. E o que é sobreviver? É correr sem rumo, sem prumo, é estar aqui sem ser, é viver perto de morrer. Isso é sobreviver. Rondônia não merece isso. Nós não merecemos isso. Estamos em ano eleitoral e daqui dois anos mais outro e, um dia após o outro, vivemos como moucos. Até quando?

Quem quiser, junte-se a mim. Eu não desisto nunca. E não desistir não tem a ver com o jargão fácil da publicidade governamental. Tem a ver com lutar, persistir e insistir com um objetivo à frente. Como diria Vandré, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Eu faço. E você?

Quer falar comigo? Escreva para: buenoconsult@gmail.com
 

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