Rondônia, 23 de novembro de 2024
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Suinocultura cresce em Cerejeiras e produtores aguardam frigorífico

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Com uma área de quatro hectares nos limites urbanos da cidade de Cerejeiras e um plano ambiental em mãos elaborado por um engenheiro agrônomo, o catarinense Afonso Emerick passou a se dedicar à criação de aves, peixes e suínos. Todo fim de semana ele sai do município de Santa Luzia do Oeste, onde exerce a função de secretário de saúde, e percorre 377 quilômetros para chegar à modesta, mas produtiva propriedade rural.

Na granja, onde engorda 700 cabeças de suíno, Afonso mantém as boas práticas. Os resíduos são coletados em três fossas de decantação com capacidade de 300 mil litros cada uma. Para não correr risco de vazamento, as fossas foram forradas com lonas especificadas no projeto original.  A estrutura tem garantia de 10 anos.

Os animais que chegam com peso entre 6 e 7 quilos são colocados em divisões do galpão com gradeados de madeira instalados a 60 cm do chão. “É crucial para evitar a batedeira, uma doença respiratória que pode causar a morte dos filhotes”, diz Afonso.

Quando alcançam os 30 quilos, os porcos da Granja Quero Quero, nome da propriedade, seguem para espaço com piso de concreto. “E tem que ser concreto bom. Porco quebra tudo”, orienta o produtor.

Ao final de cada ano, Afonso Emerick faz os cálculos de custos da produção, mas sabe que comparado a outros produtores leva certa vantagem. Para aumentar a produtividade e reduzir o tempo de abate, ele investiu em porcos das raças Pietran e Large White. A iniciativa de criar animais geneticamente superiores e fabricar a própria ração oferecida aos suínos está compensando o preço baixo do quilo da carne praticado no mercado de Rondônia. “A pauta do preço é hoje nossa maior dificuldade. O estado do Mato Grosso está vendendo carcaça de destaque aqui. Os animais abaixo da qualidade para exportação vão para um frigorífico de Ji-Paraná e competem diretamente com os produtores locais. O governo precisa elaborar uma política para o setor”, reclama.

Com uma venda estimada em 120 cabeças por mês a Granja Quero Quero está no grupo de 356 propriedades rurais do estado que criam suínos em escala comercial. O rebanho é de 50.977 cabeças, segundo dados da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron). Na criação de subsistência o rebanho de suínos chega a 230.581 cabeças distribuídas em 27.938 propriedades.

O município de Cerejeiras é o 4º maior produtor do estado com 2.660 cabeças criadas em 16 propriedades. Mas somados os rebanhos da microrregião (Cabixi, Corumbiara, Colorado do Oeste e Pimenteiras) a produção chega a 13.400. Colorado é o maior criador de suínos de todo estado, com rebanho de 8.170 cabeças.

A região demonstra grande aptidão para a suinocultura e, ainda, conta com 22 secadores e silos com capacidade de estocagem de 312 mil toneladas de grãos, o que facilita e desonera o custo da alimentação animal. O grande entreve para crescimento da suinocultura é a falta de frigoríficos. O mais próximo fica no município Vilhena, a 120 quilômetros. No ano passado, um grande empresário de Porto Velho sinalizou para a possibilidade de instalar uma planta em Cerejeiras, mas tirou o pé do acelerador para aguardar o desenrolar da política brasileira e a volta de crescimento da economia.

Com quase nenhuma representatividade no cenário de produção nacional, os produtores de Rondônia esperam investimento no setor para aumentar a capacidade de criação e atender, inicialmente, a demanda do mercado interno.

DICAS DE BOAS PRÁTICAS NA SUINOCULTURA

Manejo da Produção

Esta etapa compreende o completo processo reprodutivo e produtivo do sistema e por isso, exige maior atenção e dedicação. Ela é crucial e dela depende atingir os melhores índices produtivos e com isso, o retorno econômico da atividade.

O manejo da produção compreende as fases de pré-cobrição em leitoas. Essa fase admite a singularidade da atividade sexual das leitoas que dependerá de fatores como nutrição, do manejo e do ambiente.

Outras fases que merecem acompanhamento são cobrição, maternidade e creche que marca a fase em que o suíno se alimentará de ração.

Além dessas, existem ainda fases são crescimento e terminação que compreende gestação, descarte de fêmeas, manejo de machos e pré-cobrição em leitoas.

Material Genético

O material genético para o desenvolvimento de suínos deve ser de qualidade, pois a genética é considerada a base tecnológica que sustentará a produção.

Da qualidade genética provem o desempenho de uma raça ou linhagem, dependendo também de fatores como o ambiente. O sistema genético depende de fatores para que o resultado final seja os suínos que darão a melhor carne e menos problemas para criação, engorda e terminação.

Os fatores a serem considerados no sistema genético é a proporção entre macho e fêmeas, aquisição de reprodutores que façam parte de um programa de melhoramento genético, esquema de cruzamento e qualidade genética.

Proteção ambiental

Esta é outra etapa a ser considerada na cultura de suínos e por isso, a proteção ambiental deve considerar a avaliação dos riscos de impacto ambiental, manejo de dejetos e manejo voltado para a proteção ambiental.

Nutrição

A nutrição para criação de suínos é responsável por 65% dos custos de produção, isso porque a nutrição de qualidade deve considerar os seguintes fatores:

  1.  A forma física da ração que se divide em farelos ou peletizada. De preferência, as rações devem ser paletizadas, pois esse tipo de ração é adquirida pronta.
  2.  A avaliação dos alimentos e a alimentação por sexo separado, em que devem ser levados em consideração hormônios sexuais, potencial de crescimento, atividade hormonal e outros fatores que são responsáveis por desenvolver os leitões.
  3. O arroçamento que o estudo do grau e qualidade nutritiva da alimentação em um espaço de tempo. Para isso, existem três tipos de alimentação para que resulte em crescimento dos suínos: à vontade, controlada por tempo e com restrição.

Sanidade

A saúde física dos suínos merece especial atenção e para cuidados com a saúde do suíno, detalhes a se considerar são: limpeza e desinfecção dos espaços, visita de veterinários.

Gestão da unidade produtiva

A propriedade suinícola constitui sociedade empresária que formou seus recursos produtivos com o auxílio de capital próprio ou empréstimo.

criação de suínos é uma atividade empresarial e como tal, depende de mecanismos de gestão, planejamento, avaliação de métodos e processos administrativos.

O planejamento da atividade de suinocultura tem como decisões as seguintes questões: para quem vender, como vender, a quantidade a ser produzida e outros fatores como gerenciamento de custos, da qualidade, dos métodos de produção, dos preços do produto suíno e de insumos, além de políticas voltadas pra produção de suínos.

A gestão produtiva considera também:

Controle da atividade – controlar é a palavra de ordem na produção de carne suína. É necessário controlar a produtividade de funcionários, qualidade da carne suína, métodos de produção, custos, melhor conversão alimentar, além do controle de lucros e resultados.

Outros fatores a serem geridos pela empresa produtora de suínos são os recursos humanos que visam melhorar técnicas para recrutar melhor e ainda métodos para que a produtividade,na jornada de trabalho proporcione bons resultados, sem retirar a qualidade de vida e os direitos dos trabalhadores.

Outros fatores são a motivação no trabalho, a segurança, a higiene física dos trabalhadores, a organização administrativa, o clima organizacional e ambiente de trabalho positivo e o treinamento assim que necessário.

Desafios da suinocultura no Brasil

Apesar do bom desempenho do setor de criação de suínos, principalmente no que tange o consumo, a atividade ainda encontra certos desafios, como o preço do farelo de soja, que aumenta o custo total de produção.

Fonte: Embrapa

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