Sustentabilidade: caminho sem volta
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Por Antonio Roque Dechen*
No dia 15 de abril comemoramos o Dia Nacional da Conservação do Solo. A data é uma homenagem a Hugh Hammond Bennett, nascido em Wadesboro na Carolina do Norte (EUA), considerado o Pai da Conservação do Solo e idealizador dos Distritos de Conservação do Solo. Bennett dedicou sua carreira e vida para prevenir a perda de solo nos Estados Unidos, educar o País sobre as graves consequências da erosão do solo e convencer o governo federal a dar atenção nacional ao problema.
Desde 1905, Bennett defendia a Conservação do Solo e, finalmente, em 1929 convenceu o Congresso dos EUA da necessidade crítica de reforço das atividades de conservação do solo. Em 1954, a convite do Dr. Guido César Rando, Diretor da Divisão de Conservação do Solo do DEMA/SAA, da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, visitou o Estado de São Paulo para conhecer e avaliar o trabalho de conservação do solo que ali se fazia.
No Instituto Agronômico, João Quintiliano de Avelar Marques e José Bertoni eram os pesquisadores da Seção de Conservação do Solo e na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), Guido Ranzanni e Octávio Freire.
No Estado de São Paulo, por sugestão do Dr. Guido César Rando (DEMA) ao Dr. Renato Costa Lima, Secretário de Agricultura, sob o Decreto-lei nº 24.169 de 18 de janeiro de 1955, foi criado o Dia da Conservação do Solo, a ser comemorado em 15 de abril.
Por propositura do Senador José Passos Porto, engenheiro agrônomo e político radicado em Sergipe, a lei 7876 de 13/11/1989 instituiu o Dia Nacional da Conservação do Solo a ser comemorado também em 15 de abril.
Dentre as referências sobre a conservação do solo, destaca-se a de Arthur Mangarino Torres Filho no discurso proferido por ocasião de sua formatura na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) em 1910: “O solo é a pátria, cultivá-lo é engrandecê-la”. Esta frase tornou-se o lema da Revista “O Solo”, do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz.
Este ano, na solenidade comemorativa do Dia Nacional da Conservação do Solo, no VIII Seminário sobre Conservação do Solo e Proteção de Recursos Naturais, realizado no Instituto Agronômico, em Campinas nos dias 14 e 15 de abril de 2016, Sérgio Murilo, representando o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo Deputado Arnaldo Jardim, juntamente com o Dr. Orlando Melo de Castro, Coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios e do Diretor do Instituto Agronômico, Dr. Sérgio Augusto Carbonell, procederam ao lançamento do Boletim de Recomendações Gerais para a Conservação do Solo na Cultura da Cana-de-çúcar, um trabalho conjunto da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Coordenadoria da Assistência Técnica Integral, da Coordenadoria da Defesa Agropecuária e do Instituto Agronômico. O referido material encontra-se à disposição no site do Instituto Agronômico (http://www.iac.sp.gov.br/publicacoes/publicacoes_online). Certamente, este será um marco importante nas ações de conservação do solo, pela grande área cultivada com a cana-de-açúcar no Estado de São Paulo e que deverá também ser referência para outros Estados.
Durante a palestra proferida pelo engenheiro agrônomo Hugo de Souza Dias, ele fez uma observação muito interessante: “A erosão rouba a herança do paulista de amanhã”. Sem dúvida, devemos cuidar do nosso solo para preservar sua capacidade produtiva.
O Dr. Fernando Penteado Cardoso, fundador e presidente honorário da Fundação Agrisus, sempre se refere ao nosso solo com a frase: “O solo é um bem que tomamos emprestado dos nossos sucessores¨.
Podemos também sugerir um adendo à frase de Arthur Mangarino Torres Filho, adequando-a aos nossos tempos: O solo é a pátria, cultivá-lo e conservá-lo é engrandecê-la e garante a sustentabilidade e a vida.
Cuidemos, portanto, do nosso solo, pois sua sustentabilidade é a base da nossa sustentabilidade. Estamos num caminho sem volta. Avante São Paulo! Avante Brasil!
Sobre o CCAS
O Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.
O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.
Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.
A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça.
(*) Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Professor Titular do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ/USP, Presidente da Fundação Agrisus e Membro do Conselho do Agronegócio (COSAG-FIESP).
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