Técnica revolucionária de colheita de café é apresentada no interior
Aproximadamente 180 produtores de café da Ponta do Abunã até São Francisco do Guaporé participaram nesta quinta-feira (14) de um dia de campo que abordou a colheita semimecanizada. O Centro de Treinamento da Emater (Centrer), entre Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste, e a sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Ouro Preto foram os locais escolhidos para apresentar a técnica, considerada revolucionária por pesquisadores. Dividido em duas etapas, teórica e prática, o dia de campo mostrou tendências, equipamentos e apresentou aos produtores rondonienses os mercados que podem vir a comprar o seu café.
Uma realização da Embrapa, Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o evento teve ainda a parceria de duas empresas privadas, Jacomin Agropecuária e Agromais, que apresentaram os mecanismos de colheita do café.
Sobre os dados da cafeicultura, Henrique Alves, pesquisador da Embrapa, afirmou que de cada três xícaras consumidas no mundo, uma é do Brasil. Ele acredita em dados futuros ainda melhores, caso os produtores adiram definitivamente à tecnificação, apontada como um caminho sem volta.
Aloisio Teixeira Pio, da Emater, abordou a técnica da poda, explicando que para a melhoria da produtividade ano a ano é fundamental que seja feita. “Em um ano a cafeicultura se veste e no outro veste o produtor”, disse, ao analisar que a cultura, embora perene, pode ter variações de produtividade de um ano para outro, o que é considerado normal pelo técnico. As inovações tecnológicas e de produção, como o adensamento, fez com que a cultura do café em Rondônia tivesse um aumento de 10 vezes desde o início da década de 80, conforme informou.
PRÁTICA
No período da tarde os produtores deixaram o Centrer e foram até o Campo Experimental da Embrapa, onde puderam conferir ao vivo a uma colheita semimecanizada com os equipamentos apresentados. A técnica consiste em estender uma lona nas leiras do cafezal, onde os galhos inferiores são cortados e caem sobre essa lona. O café em coco que fica nos galhos superiores são colhidos manualmente, mas são poucos, em comparação com os cortados. Após esse trabalho, as máquinas recolhem a lona, enrolando em um sistema rotativo, com o café, galhos e folhas sendo separados no mesmo equipamento. Galhos e folhas são expelidos, enquanto o café coco fica depositado. Uma leira de aproximadamente 50 metros tem sua produção trazida para dentro do equipamento em pouco mais de um minuto.
Para Júlio Cesar Mendes, do Sítio Sonho Real, de Nova Brasilândia, esse sistema já tem rendido um diferencial de preço entre R$ 10 a R$ 15 por saca, em relação ao preço médio de mercado, hoje em R$ 380 a saca. Além da colheita na propriedade ele ainda faz horas/máquina a produtores vizinhos, aumentando a lucratividade. “Em duas colheitas o equipamento se pagou”, afirmou.
Além da praticidade, a técnica faz simultaneamente a poda, dando um ganho de tempo ainda maior ao produtor, que saiu do dia de campo impressionado e afirmando ter valido a pena sair às três horas da sua propriedade para acompanhar o evento em Ouro Preto do Oeste.
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