Rondônia, 15 de novembro de 2024
Cidades

Amazonas registra duas mortes por raiva humana

Dois irmãos morreram no Amazonas após contrair raiva humana por mordida de morcegos. Um adolescente de 17 anos morreu no dia 16 de novembro e a irmã dele, de 10 anos, no último sábado (2). Outro irmão, de 14 anos, está internado, em coma induzido, na Fundação de Medicina Tropical, em Manaus. A equipe médica aguarda confirmação de exame laboratorial, mas já trata o adolescente com protocolo para raiva humana.



O Amazonas não registrava caso de raiva humana desde 2002, quando foram notificadas duas mortes. A doença é considerada rara, mas, em 2004 e 2005, 44 pessoas morreram infectadas em cidades na divisa entre o Pará e o Maranhão.

“É uma situação dramática em que os médicos da minha geração não têm experiência nenhuma com raiva. [Eu] nunca tinha visto casos de raiva. Mas o que a gente conhece é que as pessoas que tenham contato com animais como cães, gatos, bois, macacos e morcegos, se forem mordidas, lavem muito o local da ferida com água e sabão, que neutraliza qualquer tipo de vírus”, afirmou Tavares.

O Amazonas não registrava caso de raiva humana desde 2002, quando foram notificadas duas mortes. A doença é considerada rara, mas, em 2004 e 2005, 44 pessoas morreram infectadas em cidades na divisa entre o Pará e o Maranhão.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (4), o Ministério da Saúde informa que, de janeiro a novembro deste ano, enviou ao Amazonas quase 25 mil doses de vacina antirrábica humana e 490 mil doses de vacina antirrábica canina. Nos últimos 10 dias, foram enviados 700 frascos de soro antirrábico humano em caráter suplementar.

O diretor da Fundação de Vigilância em Saúde, Bernardino Albuquerque, disse que duas equipes de apoio foram enviadas à Reserva Extrativista do Rio Unini. A força-tarefa conta com profissionais e técnicos municipais, estaduais e federais. Ele informou que tem sido feito um trabalho de captura de morcegos nessa área, com o devido tratamento para eliminar a colônia. "Outra parte importante é tentar esclarecer o por quê da invasão de morcegos nessas áreas", acrescentou Albuquerque

Entre as possíveis causas do aumento do número de morcegos nas áreas de moradia da reserva estão a seca prolongada, as queimadas, o desmatamento e a morte de animais silvestres que serviam de alimento para os morcegos. Após a mordida, a raiva humana pode se desenvolver entre uma semana e nove meses.

Os principais sintomas são déficit motor, com dormência ou formigamento de membros e mudança de comportamento. Qualquer mordida de morcego deve ser investigada, e a vítima levada imediatamente para uma unidade de saúde.

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