Rondônia, 26 de novembro de 2024
Cidades

Começam interrogatórios dos réus no quarto dia de júri em Cacoal

Começou o quarto dia de julgamento dos acusados de matar o advogado Valter Nunes. O primeiro réu a ser ouvido nesta quinta-feira, 24, é Cássio de Jesus Claros, apontado pelo Ministério Público como um dos executores do crime. Também serão interrogados os réus Jonas de Freitas, Sóstenes Alencar e Vera Lúcia Nunes de Almeida. Eles responderão a perguntas feitas pelo juiz Carlos Burck, pelos promotores de Justiça que fazem a acusação e pelos advogados de defesa.

Desde o primeiro dia do júri foram ouvidas diversas pessoas ligadas à investigação, como delegados e informantes da polícia. A defesa também apresentou testemunhas e houve intensa discussão, no sentido de que as perguntas fossem mais objetivas ou não induzissem a fala de quem depunha. O julgamento começou na segunda-feira e é realizado no auditório da Universidade Federal, devido à necessidade de espaço físico para isolamento de testemunhas e jurados durante os trabalhos. Cerca de 35 pessoas foram intimidas a testemunhar e permaneceram à disposição do Tribunal do Júri desde o início da semana.
Na quarta-feira os trabalhos foram até a meia-noite para oportunizar que todas as testemunhas fossem ouvidas, de maneira a agilizar o andamento do júri, que entra numa fase decisiva nesta quinta. Após todos os réus serem ouvidos, serão travados debates entre promotores e advogados com o objetivo de convencer os sete jurados acerca das teses de acusação e defesa. Ao final dos debates, os jurados se reunirão numa sala secreta para a votação dos quesitos que irão revelar a decisão sobre condenação ou absolvição dos acusados.
O crime ocorreu em março de 2007, na cidade de Cacoal. O então presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Valter Nunes de Almeida, foi morto com seis tiros dentro de seu escritório, na região central da cidade. Cerca de dois anos após o crime, a polícia concluiu o inquérito e pediu a prisão dos quatro acusados com base no depoimento de uma testemunha que mantinha uma casa de prostituição na cidade na época do crime e revelou ter ouvido de um dos réus a confissão sobre o homicídio, que teria sido encomendado pela esposa da vítima e por Sóstenes a Jonas e Cássio. Esse último acusado confessou o crime à polícia, mas depois voltou atrás e mudou a versão. Os demais sempre negaram qualquer envolvimento com o caso.

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