Em Rolim de Moura, faltam até esparadrapos nos hospitais
A situação da saúde pública em Rolim de Moura chegou ao desespero. Os pacientes precisam buscar atendimento em outros municípios vizinhos e rodar mais de 400 quilômetros até Porto Velho para receber tratamento. Faltam itens básicos, a exemplo de esparadrapo, gazes e material penso. Não há remédios e os médicos estão sem receber os plantões há três meses. Um raio-X e um mamógrafo estão na caixa desde o ano passado porque a prefeitura não conseguiu instalar os equipamentos. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cujos equipamentos foram doados pela iniciativa privada, está fechada desde novembro de 2015.
O cenário fica crítico com as obras paradas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que já consumiram mais de R$ 2 milhões viabilizados através de emendas parlamentares. O centro de especialização odontológica é outra unidade fechada, embora tenha recebidos outros R$ 1,7 milhão. No distrito de Nova Estrela, foi construída uma academia de saúde com verbas federais, mas a prefeitura decidiu instalar uma sala de aula e o gabinete da subprefeitura.
Além das obras paradas, Rolim de Moura também deve aos fornecedores. A empresa que coleta lixo não recebe há 4 meses. O prefeito Luizão do Trento (PSDB) baixou um decreto cobrando taxa de lixo de todos os contribuintes. A prefeitura garantiu R$ 1,2 milhão de arrecadação, mas não quitou a dívida e a empresa ameaça paralisar as atividades. “A situação é tão dramática em Rolim de Moura que a prefeitura não consegue comprar um liquidificador para fazer suco para criançada na escola pólo José Veríssimo. O que tinha lá quebrou faz tempo e o município não substituiu”, explica o vereador Sérgio Sequessabe (SD) ao ser procurado pelo Rondoniagora para confirmar as informações do abandono na saúde. “Recebemos denúncias na Câmara que as escolas estão sem merenda”, acrescentou.
Gestão passada
O prefeito Luizão do Trento (PSDB) aproveita o período pré-eleitoral para tirar fotos de várias máquinas adquiridas pela bancada federal a Rolim de Moura. Os problemas na saúde, educação e as obras paradas é culpa, segundo ele, da gestão passada. Mas Luizão não tomou medidas de austeridade cortando gastos com comissionados, passagens aéreas e diárias. Todos as cerca de 200 portarias estão preenchidas com aliados políticos. Ele não economiza com viagens para ele e seus assessores.
A gestão passada, dirigida pelo ex-prefeito Cesar Cassol, recebeu do ex-prefeito Tião Serraia R$ 8 milhões em folha de pagamento de servidor atrasada e mais R$ 6 milhões da previdência municipal. Em 2014, Cesar precisou tirar licença de 6 meses para tratamento médico, mas deixou em caixa cerca de R$ 7 milhões e as contas no azul. Foi tempo suficiente para seu vice na época, Luizão do Trento, gastar todo o recurso extra e ainda devolver a municipalidade com um rombo de R$ 5 milhões. Segundo relata o vereador Mani Rocha (PTB), nos 6 meses Luizão do Trento gastou o dinheiro com carnaval fora de época, passagens aéreas, diárias e não observou o cenário econômico do país. “Hoje o que falta a Rolim de Moura é gestão”, acredita Mani Rocha.
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