Rondônia, 11 de janeiro de 2025
Cidades

MPF recomenda que Funai regulamente o atendimento aos indígenas

Indígenas de Guajará-Mirim reclamaram ao Ministério Público Federal (MPF) que o atendimento prestado pelos servidores da Funai em Guajará-Mirim é informal e apenas verbal. O MPF aponta que esta forma de atendimento é precária e contraria regras básicas do processo administrativo no âmbito da administração pública federal. Para melhorar esse serviço, o MPF recomendou que a Funai regulamente o atendimento ao público, de maneira que todo e qualquer indígena tenha seu pedido formalizado pelo servidor que o atender.
O MPF aponta que é prática comum de servidores da Funai de atenderem os indígenas apenas informalmente, repassando verbalmente informações de que eles têm ou não direito a determinada solicitação. Estas informações são prestadas sem fundamentação, documentação ou análise, e com base apenas na avaliação do servidor que faz o atendimento, sem espaço para reflexões ou consultas. Para o MPF, a falta de formalização dos atendimentos prestados aos cidadãos contraria princípios constitucionais e outras regras nacionais e internacionais.

O órgão aponta ainda que a Lei 9.784/1999 estabelece que os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação clara dos fatos e dos fundamentos jurídicos, sempre que impliquem negação, limitação ou afetem direitos ou interesses. Entretanto, a Funai não adota a prática de, ao receber o indígena ou prestar atendimentos nas aldeias, registrar por escrito as declarações prestadas e juntar documentação necessária para as providências administrativas a serem tomadas. Esta é uma prática que pode possibilitar escolha arbitrária de solicitações que serão ou não efetivamente atendidas.

Na recomendação, o MPF afirma que a Funai em Guajará-Mirim deve regulamentar o atendimento aos indígenas - por meio de portaria, ordem de serviço, instrução normativa ou qualquer outro ato administrativo. A Fundação tem 30 dias para informar ao MPF se cumprirá a recomendação e 60 dias para regulamentar o atendimento. Caso não cumpra a recomendação, o MPF poderá adotar outras medidas administrativas ou judiciais.

SIGA-NOS NO

Veja Também

Orientações sobre pesca esportiva durante período de defeso são reforçadas pelo governo

Em Ji-Paraná, TCE constata situação crítica do Hospital Municipal e melhoria nos serviços de UPA

Justiça reconhece competência federal em processo sobre reintegração que beneficiará mais de 300 famílias

Santa Casa suspende visitas no hospital regional de Vilhena após 10 casos de Covid1-19