PF implode área de garimpo ilegal no Mato Grosso
O local, explorado por mais de cinco mil pessoas em período de quase três meses, foi desocupado na última terça-feira (10) por forças policiais, em cumprimento a uma determinação da Justiça Federal, proferida no último dia 19 de outubro.
Segundo a Polícia Federal, uma empresa especializada foi contratada para implodir os túneis e demais áreas abertas pelos garimpeiros.
A PF diz que é necessário a implosão para evitar que as pessoas voltem a invadir a área e evitar desmoronamentos e acidentes no local.
A expectativa, conforme a Polícia Federal, é que até o início da tarde a operação seja finalizada.
Perícia
Uma equipe composta por servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) realizou na quarta-feira (11) e quinta-feira (12) perícias ambientais na área explorada pelos garimpeiros.
A principal preocupação dos órgãos é quanto a contaminação de toda a rede de abastecimento de água do município, em razão do mercúrio utilizado pelos garimpeiros para a extração ilegal do ouro.
O resultado da perícia ainda não foi divulgado.
Desbloqueio da BR-174
Após dois dias, a rodovia federal BR-174, de acesso à Pontes e Lacerda, foi liberada na tarde de quinta-feira (12).
A rodovia estava bloqueada por garimpeiros, em protesto pelo fechamento da área.
A desocupação foi realizada de forma pacífica, sem confrontos. Os militares continuam no local para manutenção da ordem.
Desocupação
A decisão pelo fechamento do garimpo deu-se devido à ausência de autorização por parte do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
A determinação de encerramento das atividades no local é do juiz federal Francisco Antônio de Moura Júnior, da 1ª Vara da Subseção de Cáceres.
O magistrado atendeu o pedido proposto em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF).
Na decisão, o magistrado determinou que os policiais permanecessem no local por mais 10 dias, após a desocupação para que não haja uma nova invasão na área.
O juiz também determinou que os policiais fizessem a apreensão de todo o minério de ouro extraído e de todos os equipamentos, maquinários e instrumentos utilizados na extração e lavra do minério que foram encontrados no local.
Entenda o caso
A corrida pelo ouro em Pontes e Lacerda foi confirmado pelo Governo do Estado no dia 12 de outubro.
À época, cerca de 600 pessoas invadiram a área após a divulgação de que uma grande quantidade de ouro foi encontrada.
A disseminação de fotos e vídeos (muitos frutos de montagens falsas) nas redes sociais colaborou para intensificar a invasão ao local, que chegou a receber mais de cinco mil pessoas, segundo informações da PF.
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