PF também cumpre mandados na casa do pai do governador do Acre
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 16, a Operação Ptolomeu e cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas, apartamentos e escritórios do governador Gladson Cameli nas cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul. A ação teve como alvos também o secretário da Indústria, Anderson Lima, o chefe de gabinete militar Amarildo Martins, e a chefe de gabinete do governador, Rosângela Gama. Esses três deverão ser afastados do cargo, conforme decisão da Ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A medida de afastamento não se aplica ao chefe do Palácio Rio Branco. A primeira-dama do Estado, Ana Paula Cameli, apesar de não ter cargo na administração, está proibida de manter contato com os servidores afastados. O servidor Sebastião da Silva Rocha, que ocupa cargo na representação do governo do Acre em Brasília, também foi alvo e afastado da função pública.
A operação não se estendeu apenas a Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Em Manaus, na capital do Amazonas, a residência do pai do governador, o empresário Eládio Cameli, também foi alvo de busca e apreensão. Outros empresários também foram alvos da operação: Rudilei Souza e Acrinaldo Ferreira Pontes. Dinheiro em contas bancarias e veículos em nome dos envolvidos foram apreendidos.
De acordo com a PF, a Operação Ptolomeu, visa desarticular uma suposta organização criminosa envolvendo ilícitos de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à cúpula do Governo do Estado do Acre. A investigação, que tramita no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), identificou um grupo criminoso, controlado por empresários e agentes políticos ligados ao Poder Executivo estadual acreano, que atuavam no desvio de recursos públicos, bem como na realização de atos de ocultação da origem e destino dos valores subtraídos.
Desde as primeiras horas da manhã, 150 policiais federais, com auxílio de 10 auditores da CGU, cumprem 41 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão em 4 estados, nas cidades de Rio Branco/AC, Cruzeiro do Sul/AC, Manaus/AM e Brasília/DF. Além disso, o Superior Tribunal de Justiça decretou inúmeras medidas cautelares diversas da prisão, dentre as quais: o afastamento da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos e o impedimento de contato entre os investigados.
Somando-se a isso, o STJ determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 7 milhões nas contas dos investigados, além do sequestro de veículos de luxo adquiridos com o proveito dos crimes.
A CGU apurou que as empresas envolvidas possuem um grande volume de contratos com o poder público. O valor total empenhado para sete empresas foi de R$ 142 milhões de durante o período analisado, sendo R$ 17 milhões oriundos de convênios federais e repasses do SUS e do FUNDEB. Ademais, foi possível constatar que os valores movimentados pelos envolvidos ultrapassam R$ 800 milhões, montante totalmente incompatível com o patrimônio e a atividade empresarial dos investigados.
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