Polícia prende médico que atropelou duas mulheres e fugiu sem prestar socorro
A Polícia Civil de Ouro Preto do Oeste cumpriu na tarde desta segunda-feira (3) mandado de prisão temporária contra o médico Leno Fagner Maltezo, de 36 anos, e mandados de busca e apreensão na residência dele e numa propriedade rural localizada na Linha 202, no quilômetro 9. A prisão foi decretada pelo juiz Glauco Antonio Alves.
O médico é acusado de ter atropelado duas mulheres, Ingrid Rayssa Delgado Cavalcante, de 31 anos, e Luciana Nascimento de Matos, 19 anos, na noite de sábado, com uma caminhonete Hilux de cor preta, placa OHO-8190, e não ter parado para prestar socorro após o acidente de trânsito.
Como o médico não se apresentou à Delegacia de Polícia Civil para apresentar sua versão dos fatos e nem levou o veículo para ser periciado, os delegados, com base no laudo dos peritos pediram a prisão do acusado e o juiz acatou. A polícia apreendeu a motocicleta na residência do médico e a caminhonete foi achada na casa de um parente dele.
Apesar de um familiar insistir desde a noite de domingo que quem dirigia a caminhonete era uma mulher e não o médico, na hora que ele foi preso admitiu naturalmente que dirigia o veículo, e alegou entre outros argumentos, que ficou com medo de represálias e correu porque teria sido perseguido por motociclistas.
O advogado do médico, afirmou que a moto estava na residência do médico, porque na manhã desta segunda-feira ele recebeu um irmão de uma das vítimas do acidente, que é o proprietário da motocicleta e que haviam firmado um pré-acordo de que uma motocicleta nova seria comprada para ressarcir o prejuízo causado no acidente.
O acidente
O acidente ocorreu na noite do último sábado (1º), quando o médico, na caminhonete, seguia pela Rua Ciro Escobar e entrou desgovernado na Rua Getúlio Vargas, na saída do Parque do Bosque, atropelando as duas mulheres que estavam em uma motocicleta Yamaha YBR de cor prata (placa NDK-4550). O veículo das vítimas foi arrastado por aproximadamente 100 metros, até a Avenida Daniel Comboni, e em seguida fugiu.
Conforme a ocorrência registrada pela Polícia Militar, Ingryd sofreu um corte no braço, no dedo maior da mão esquerda, uma luxação no lado esquerdo do quadril. Já Luciana teve luxações no braço e perna esquerdos. Por pouco não acontece uma tragédia de proporção maior, considerando que a caminhonete poderia ter passado direto sem fazer a conversão e até invadido uma residência, tendo em vista que a Rua Ciro Escobar termina na Getúlio Vargas.
Investigação
Investigadores da Polícia Civil iniciaram a apuração dos fatos ainda na manhã de domingo, e durante a manhã desta segunda-feira peritos da Polícia Técnico-Científica realizaram um laudo minucioso por todo o trajeto, desde onde a caminhonete colidiu com a motocicleta até o local onde o segundo veículo se desprendeu da picape.
Também foram colhidas imagens de câmeras de segurança de vários pontos comerciais no trecho do acidente. Os peritos confirmaram no laudo que a caminhonete fez a conversão da Rua Ciro Escolar para a Getúlio Vargas apenas com as rodas do lado esquerdo, desfazendo a versão dada pelo parente do médico de que a caminhonete era conduzida por uma mulher e ela teria apresentado problema de mecânica.
Antes de ser conduzido à Casa de Detenção, o médico afirmou que lamenta por tudo que ocorreu, estava consciente de que errou ao não parar o veículo, de não ter procurado as autoridades policiais, e que no momento oportuno irá se manifestar sobre o ocorrido.
A ação foi coordenada pelos delegados Julio Cezar de Souza Ferreira e Roberto dos Santos da Silva.
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