Preso em Rondônia custa cinco vezes mais do que um estudante, diz governador
O governador Confúcio Moura aproveitou o momento da inauguração da Comunidade Terapêutica da Casa Família Rosetta, em Ouro Preto do Oeste, que vai atender dependentes químicos, para apresentar uma difícil realidade social onde o Estado gasta até cinco vezes mais para manter um cidadão encarcerado do que com um aluno em sala de aula.
A maioria das causas que levam pessoas à prisão em Rondônia está relacionada ao consumo ou a comercialização de drogas, e o índice dessas ocorrências nas cidades são superiores a 90%, conforme relatos feitos por autoridades do Judiciário e do Ministério Público. Confúcio comparou custos ao revelar o quando o vicio nas drogas prejudica o desenvolvimento da sociedade brasileira: “Isso é verdadeiro, os alunos mais caros nosso custa em torno de R$ 500,00 por mês e tem escolas excelentes gastando R$ 300,00 por aluno. Agora, no presídio, o custo é sempre acima de R$ 2.300,00, e chega até R$ 2.500,00 por preso”.
Segundo o governador, na sua visão a violência no Brasil e na América Latina é decorrente da falta de oportunidade para os dependentes químicos, pois para manter a necessidade do consumo de droga eles fazem furtos diários e seguidos, elevando o índice de violência. “Uma pedrazinha de cack consumido por um dependente, e muitos deles chegam a utilizar de 20 até 30 cachimbos com aquela pedra queimada, custa 5 reais. Multiplica cinco vezes trinta e dá cento e cinquenta reais de gasto por dia, e eles vão atrás de celulares, saltando muros, furtando pequenos valores e chegam a cometer crimes cada vez maiores”, alertou.
O governador citou que, ao assumir o cargo no primeiro mandato observou que o governo do Estado era completamente ausente da política de apoio à família contra o alcoolismo e as drogas, e a abordagem desse tema estava restrita aos estados do Centro Sul e do Nordeste. “Esse é um problema seriíssimo, é uma violência endêmica que amedronta a família e a paz das famílias de todas as cidades, as grandes e as pequenas, não tem mais exceção e campeia a violência motivada pela droga”, disse o governador, que afirmou recentemente, há dois meses, ter visitado a ‘cracolândia’ em São Paulo. “É um cenário de horror público, e acho que São Paulo tem vergonha do que estampa a luz dos olhos de todo mundo a cracolândia”, comparou.
Durante uma visita ao Estado de Alagoas, no seu primeiro mandato, o governador Confúcio Moura conheceu a Secretaria de Promoção a Paz, copiou a ideia para Rondônia e após aperfeiçoar a pasta o governo estadual, através da Superintendência de Estado de Políticas Sobre Drogas (Sepoad), passou a apoiar os grupos voluntários, entidades, as igrejas auxiliando com uma contrapartida financeira como se fosse uma bolsa para esses internos, visando ajudar as entidades a manter a estrutura funcionando.
Confúcio assegura que o governo faz a sua parte, e que hoje existem oportunidades para quem deseja se livrar desse tormento. “Estamos evoluindo bastante nesses três a quatro anos na política. Em Porto Velho existe uma central de recepção e apoio as famílias e também a todos os moradores de rua que queiram realmente mudar com tratamentos específicos que têm dado certo”, concluiu.
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