Seminário sobre drogas mobiliza comarca de Guajará-Mirim
O problema das drogas, que aflige também o município fronteiriço de Guajará-Mirim, no qual o índice de ocorrências envolvendo substâncias ilícitas é alta, foi tema do Seminário que mobilizou a comunidade nos dias 23 e 24 de novembro, na Câmara de Vereadores do Município.
Dom Benedito Araújo, bispo diocesano da Guajará-Mirim, foi o conferencista de honra no evento. Apresentado pelo próprio presidente do TJRO, o religioso relacionou o ciclo da droga com a corrupção e as mazelas da sociedade. "A comercialização da droga se tornou algo cotidiano nas cidades brasileiras, devido aos enormes interesses ao redor dela. Consequência disso é o grande número de pessoas, em sua maioria crianças e jovens, que agora se encontram escravizados e vivendo em situações muito precárias, que recorrem à droga para acalmar sua fome ou escapar da cruel ou desesperadora realidade em que vivem", declarou.
O presidente do TJRO, desembargador Roosevelt Queiroz Costa, abriu o evento, destacando o caráter preventivo e de combate a este "flagelo social". "Temos de buscar soluções para que nossas famílias não sofram ainda mais com a desintegração causada pelas drogas", afirmou. O magistrado ressaltou ainda que iniciativas como essa demonstram que o Judiciário está atento aos problemas sociais, que se refletem nos processos. "Ame a vida, o slogam é mais que adequado para o seminário. Precisamos cuidar de nossas vidas, sem drogas", reforçou.
Dom Benedito Araújo, bispo diocesano da Guajará-Mirim, foi o conferencista de honra no evento. Apresentado pelo próprio presidente do TJRO, o religioso relacionou o ciclo da droga com a corrupção e as mazelas da sociedade. "A comercialização da droga se tornou algo cotidiano nas cidades brasileiras, devido aos enormes interesses ao redor dela. Consequência disso é o grande número de pessoas, em sua maioria crianças e jovens, que agora se encontram escravizados e vivendo em situações muito precárias, que recorrem à droga para acalmar sua fome ou escapar da cruel ou desesperadora realidade em que vivem", declarou.
Programação
Dentre os destaques da programação do Seminário, a apresentação do diagnóstico sobre a situação das drogas em Gujará-Mirim, feita a partir de uma pesquisa realizada com 1.773 estudantes de 11 escolas de ensino fundamental e médio da rede pública e particular do município. Os resultados apontaram que 9,98% dos estudantes afirmaram consumir ou já terem consumido drogas. Os dados foram coletados por meio de questionários aplicados em sala de aula, no período de 8 a 31 de outubro deste ano por pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia (Unir).
O coordenador da pesquisa, professor João Eloi de Melo, demonstrou que os 184 entrevistados (9,98%) que assumiram o uso de drogas, 83% responderam ter usado maconha, 9% crack e 5% cocaína. Outro fato destacado pelo pesquisador é a idade cada vez mais precoce que os estudantes passam a ter contato com as drogas: 111 são estudantes do 5° ao 9° ano do ensino fundamental, a maioria entre 11 a 12 anos de idade.
Outro dado revelador: 24% dos estudantes que usam ou já usaram drogas, tem usuários de droga na família e 28% possuem um familiar preso por trafico de entorpecentes.
Aspectos Sociais
Outro destaque da programação foi a palestra do psiquiatra mineiro Aloísio Andrade, que falou sobre os aspectos sociais da dependência química. Com vasta experiência na recuperação, abordou aspectos relevantes como o investimento do poder público para o tratamento do que considera problema de saúde pública. "O dinheiro não traz felicidade, mas a falta dele pode trazer infelicidade. É preciso ter o mínimo de investimento para enfrentar o problema", refletiu.
No segundo dia de Seminário, o juiz Paulo Fabrício discorreu sobre os aspectos sociais da dependência química na Infância e Juventude. Já o juiz Bruno Darwich deu enfoque criminológico da dependência em sua palestra. E o promotor Dandy Borges abordou a responsabilidade do Estado no tratamento da dependência.
Entre as palestras apresentações de teatro de estudantes da rede de ensino de Guajará e demonstrações de programas de instituições parceiras contribuíram para as discussões do seminário. Ao final do evento foi redigida a carta de intenções e criação do comitê "Ame a Vida".
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