Candidatos acionam Polícia e Justiça eleitoral após pressões e graves ameaças de dirigentes do Democracia Cristã
A crise, desencadeada pela direção estadual e municipal do partido Democracia Cristã (DC) chegou à Polícia nesta segunda-feira (2), quando pelo menos três candidatos aprovados em convenção registraram ocorrências de ameaças, coação e constrangimento. Eles pediram que a Justiça Eleitoral se pronunciasse.
O pano de fundo é financeiro, apurou o jornal, que recebeu relatos de um deputado estadual sobre tentativas de extorsão.
Mesmo após decisão em convenção pela coligação com a candidata Mariana Carvalho (União) em 27 de julho de último, um novo grupo assumiu a legenda, tentou acordos nada republicanos para manter o apoio e com a negativa, decidiu aderir a outra candidatura. A Justiça Eleitoral já julgou o caso e confirmou regularidade formal no Demonstrativo de Regularidade dos Atos Partidários da coligação envolvendo o DC.
Esses dirigentes então passaram a pressionar os candidatos homologados em convenção. Nesta terça-feira o caso chegou à Polícia.
As pressões estariam sendo realizadas diretamente pelo presidente municipal do partido, James Silva de Melo, com ameaças explícitas
“Após passar nas convenções partidárias no dia 27/07/2024, e ter sido aprovado para concorrer ao cargo de vereador, e após iniciar a campanha, passou a receber mensagens de WhatsApp, em tom de coação e constrangendo, da pessoa de James,...que diz ser o novo presidente municipal do meu partido; Que tentando lhe obrigar a participar de reuniões partidárias, lhe adicionando em grupos de WhatsApp, sem sua autorização prévia; Que também está tentando forçar, sobre a ameaça, retirar sua candidatura; Que afirma ainda, que cumpriu todos os requisitos exigidos pela justiça eleitoral; Que teve o seu nome aprovado em convenção e por não ter nada que o impeça de disputar ao cargo pretendido; Que narra este fato para que as autoridades competente tome ciência, e para que esse senhor, que está usando o poder de presidente do partido, pare com essa coação. Que deixa solicitado para que esta ocorrência seja encaminhada para a justiça eleitoral”, dizem as três ocorrências de candidatos que estão desesperados.
Mais pressões e ameaças
Esses candidatos foram convocados para participarem de reuniões com esses novos dirigentes do DC, para supostas reuniões estratégicas, mas que na verdade seriam para ratificar a decisão de sair da coligação com Mariana. E como não aceitaram participar desses encontros, agora passaram a ser ameaçados diretamente de expulsão.
A candidata Daniele Alencar recebeu notificação para que apresente defesa e explique a ausência em reunião. E segundo o presidente municipal James Silva de Melo, agora ela responde a processo disciplinar “pelo órgão partidário municipal”.
Agora a Polícia Civil deve ouvir as partes e também encaminhar todas as denúncias para a Justiça Eleitoral.
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