DEPUTADOS APOSTAM NA IMPUNIDADE DEPOIS DE ESCÂNDALOS DE CORRUPÇÃO
Com a largada da campanha eleitoral, 6 deputados estaduais envolvidos diretamente em escândalos de corrupção já estão nas ruas pedindo uma nova chance para permanecer na Assembleia Legislativa. Dos 24 parlamentares, dois estão impedidos pela Justiça de concorrer, mas lançaram seus parentes. É o caso de Marcos Donadon (PMDB), cumprindo pena de 8 anos por corrupção, e Kaká Mendonça (PTB) que caiu no rol da ficha limpa. Rosângela Donadon representa o marido e a mãe de Kaká, Maria Madalena Gerolomo de Mendonça, tenta conquistar a vaga do filho na Assembleia.
O Tribunal de Justiça de Rondônia aceitou as denúncias enviadas pelo Ministério Público contra os deputados estaduais Jean de Oliveira (PSDB) e Zequinha Araújo (PMDB). Os dois foram acusados de receber propina do esquema corrupto do ex-deputado Valter Araújo em troca de apoio na Assembleia Legislativa. Valter mantinha poder sobre esses parlamentares para poder barganhar seus contratos junto ao Governo Confúcio Moura. Em troca, dava uma mesada a esses deputados. Em certa ocasião, um dos emissários, Rafael Santos Costa, chegou a brincar sobre Zequinha em escuta telefônica da Polícia Federal, mandando ele guardar o dinheiro na meia, já que na cueca já tinha sido usada no esquema semelhante na Câmara de Vereadores de Porto Velho. Jean Oliveira (PSDB) também recebia propina, segundo a denuncia do MP, para votar nos interesses de Valter Araújo. Os dois foram flagrados em conversas com emissários de Valter na Operação Termópilas. No caso de Jean, a propina teria sido entregue na casa da mãe do deputado, no dia 11 de julho de 2011, em Porto Velho, também pelo corruptor Rafael Santos Costa.
Flávio Lemos: “Tô com saudade do menino Rafael”
O deputado estadual Flávio Lemos (PR), que responde a acusação de reter salário de uma assessora comissionada na Câmara de Porto Velho, também fazia parte da folha de pagamento do ex-deputado Valter Araújo. Ele também busca um novo mandato nestas eleições, apostando na memória fraca do eleitor. Nos diálogos interceptados pela Polícia Federal, Flávio Lemos solta a seguinte pérola: “... Dinheiro e hemorroida ninguém fala que tem. Eu só tô com hemorroida falta o outro. Tô com saudade do seu menino rafa (Rafael Costa, assessor de Valter e apontado pelas investigações como pagador de propinas)”. Na época, Flávio Lemos teve o mandato suspenso por 30 dias pela comissão processante da Assembleia Legislativa que cassou o mandato de Valter Araújo.
Dos envolvidos na Operação Termópilas, até agora apenas Valter Araújo continua preso. Ele não conseguiu relaxamento da prisão nos tribunais superiores. Da cadeia, ele depôs sobre outros pagamentos de propinas envolvendo votações na Assembleia Legislativa, que estão em fase de investigação no Ministério Público Federal. No processo, o ex-deputado revela que autoridades do Governo de Rondônia também estão envolvidos no recebimento de vantagens para aprovar uma Lei de isenção para os consórcios das usinas de Jirau e Santo Antônio.
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