Escolhas erradas podem levar Rocha a ser o 4º governador não reeleito da história de Rondônia
Pesquisas recentes, apontando uma virada do candidato Marcos Rogério (PL), somadas à migração de apoio de aliados no 1º turno do candidato à reeleição, Marcos Rocha (União Brasil), estão causando alvoroço no meio político. Eleitos e não eleitos iniciaram um debate do porquê o atual mandatário da poderosa máquina do governo caminha para uma derrota no 2º turno.
Experts em campanhas eleitorais comentam que a resposta pode estar no conjunto de estratégias erradas adotadas pelo governador e a equipe que compõe a cúpula do projeto de poder. A decisão mais prejudicial ao projeto de Rocha teria sido a escolha do partido.
Vislumbrando um repasse milionário do União Brasil aos candidatos de Rondônia e redução do poder político do senador mais atuante em favor de Bolsonaro na CPI da Covid, o mais importante articulista do governador, Júnior Gonçalves, realizou uma manobra em Brasília e tomou o partido para si, tornando-se presidente, mesmo sem nenhum mandato. O “feito” de Gonçalves foi comemorado em redes sociais e grupos de WhastApp. Cassado recentemente, o ex-deputado Jair Montes (Avante), chegou a dizer que Rocha venceria as eleições por W.O.
Pacientemente, Marcos Rogério, adotou outra estratégia. Esperou Bolsonaro escolher um partido e foi junto com o presidente para a mesma sigla, o PL. Agora, os dois pedem voto para o mesmo número.
Outro erro estratégico do governador, segundo os analistas ouvidos pelo RONDONIAGORA, foi aceitar a imposição de Gonçalves para colocar o irmão Sérgio como candidato a vice-governador de Rocha. Sérgio Gonçalves não agregou. Pior, foi considerado arrogante e orgulhoso nas manifestações populares do primeiro turno, como caminhadas e pit stops.
O pior dos erros estratégicos
Embora a escolha do vice e do partido tenha mais dificultado do que facilitado a caminhada de Marcos Rocha, há uma certa unanimidade sobre a pior das estratégias: a escolha do marqueteiro, um famoso de Brasília.
Contratado por Júnior Gonçalves seis meses antes do início da pré-campanha, com valor cinco vezes maior que toda equipe de marketing e produção do senador Marcos Rogério, o alardeado Marcelo Vitorino provou o que muitos já sabiam com base no seu currículo: usa uma receita pronta para todas as campanhas. Caminho certo para o desastre.
Vitorino passou boa parte do primeiro turno perguntando e respondendo “quem é Marcos Rocha?”, como se o atual governador fosse um mero desconhecido no estado. A mesma fórmula que usou para eleger um vice-prefeito de Boa Vista que vinha de uma gestão com quase 80% de aprovação. Embora o candidato tenha sido secretário de Educação e secretário de Tecnologia, Vitorino tratava o candidato como um mero desconhecido da população roraimense.
Desconhecendo obras realizadas por Marcos Rocha, Marcelo Vitorino explora sem limites a religiosidade do governador, por meio de peças piegas que beiram o fanatismo religioso. Os discursos, textos e falas de Rocha nas inserções, programas e cards são enfadonhos e sem conteúdo. A sócia de Marcelo Vitorino, especializada em estratégias de comunicação nas redes sociais, não vem logrando êxito em engajamento. Mesmo com publicações pagas, o conteúdo não gera interesse do eleitor. A equipe milionária de Brasília, que chegou como celebridade em Rondônia, já deixou um majoritário para trás.
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