Sem apoio de Bolsonaro nestas eleições, Bagattoli usa vídeo de 2018 para confundir eleitor
O candidato ao Senado pelo Partido Liberal (PL), Jaime Bagattoli, está usando um vídeo gravado em 2018 com o presidente Jair Bolsonaro para tentar garantir votos dos bolsonaristas de Rondônia. O empresário, pecuarista em Vilhena, surfou na onda do atual presidente na última eleição e fez mais de 200 mil votos, mas hoje não consegue sair dos 7% das intenções de voto, segundo a última pesquisa IPEC divulgada pela Rede Globo de Televisão. Segundo informações de aliados, Bagattoli precisou usar a artimanha de um vídeo antigo porque o presidente Bolsonaro recusou audiência em Brasília, e ele chegou a ir no “cercadinho”, próximo do Palácio do Planalto para tentar falar com Bolsonaro.
Na verdade, o presidente Bolsonaro disse que não pediria votos para o Senado em Rondônia porque tem aliados em vários partidos e não gostaria de “magoar” nenhum deles. Mas na TV, o eleitor pode observar que Bagattoli usa uma imagem antiga para dizer que Bolsonaro o apoia, o que causou indignação em outros candidatos que são da base do presidente no Congresso Nacional e que disputam cargos nestas eleições.
Traição na disputa
Jaime Bagattoli não era candidato ao Senado. Ele fez pressão em cima do candidato do PL, Marcos Rogério, para fechar uma “dobradinha”, tirando o ex-senador Expedito Júnior da aliança com o parlamentar. “Tenho compromisso com Expedito desde 2018”, dizia Marcos Rogério. Mas após uma reunião no interior do Estado, o senador do PL resolveu tirar Expedito do páreo e passou a andar com Bagattoli nos municípios, consolidando a traição a Expedito Júnior. Hoje, o candidato do PL lamenta a aliados a escolha porque Bagattoli não contribuiu para o crescimento da candidatura. Pelo contrário, o discurso do empresário dando ênfase as suas posses e empreendimentos ao que parece, acabou afastando aliados.
Crítica ao fundo eleitoral
Outro posicionamento que causou mal-estar na cúpula de campanha do PL foi a crítica de Bagattoli ao uso do fundo eleitoral. “Eu sempre fui contra o fundão. A distribuição própria do dinheiro dentro dos partidos não é feita de uma forma correta ou ampla como deveria ser feita. Não peguei nenhum centavo do fundo partidário, isso precisa ser revisto”, disse Bagattoli. Ele reclamou que não pode colocar R$ 3 milhões em sua campanha do próprio bolso por causa das vedações eleitorais, mas um parlamentar, como sua colega de partido, Silvia Cristina, pode abocanhar R$ 3 milhões, dinheiro, segundo ele, que é da Saúde, Educação e dos mais de 210 milhões de brasileiros. Além de Silvia, o próprio candidato do PL, Marcos Rogério, pegou R$ 4 milhões do fundão criticado pelo seu colega de chapa.
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