TSE proíbe Lula de associar Bolsonaro a canibalismo na propaganda eleitoral
O ministro , do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Paulo de Tarso Sanseverino determinou, neste sábado, a suspensão da veiculação da propaganda da campanha do PT que associa o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao canibalismo. A decisão, em caráter liminar, atende ao pedido da campanha do presidente.
Na retomada da propaganda eleitoral para o segundo turno, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva veiculou, nas inserções da TV, um vídeo resgatando uma entrevista antiga de Bolsonaro em que ele afirma que "comeria um índio sem problema nenhum".
Na decisão liminar, Sanseverino determina a imediata suspensão da veiculação da peça na TV, site e redes sociais e também impõe que o PT se abstenha de fazer novas divulgações com o mesmo teor. "Em análise superficial, típica dos provimentos cautelares, verifica-se que, como alegado, a propaganda eleitoral impugnada apresenta recorte de determinado trecho de uma entrevista concedida pelo candidato representante, capaz de configurar grave descontextualização", afirmou o ministro em sua decisão.
“Na forma em que divulgadas as mencionadas falas do candidato Jair Messias Bolsonaro, retiradas de trecho de antiga entrevista jornalística, há alteração sensível do sentido original de sua mensagem, porquanto sugere-se, intencionalmente, a possibilidade de o candidato representante admitir, em qualquer contexto, a possibilidade de consumir carne humana”, considerou o ministro.
"É pra comer. Cozinha por 2 ou 3 dias e come com banana. Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: 'se for, tem que comer'. Eu como! Ai a comitiva, ninguém quis ir. Eu comeria um índio sem problema nenhum", fala o presidente no vídeo, uma entrevista ao New York Times, em 2017.
A íntegra do bate-papo está publicada no canal oficial do chefe do Executivo no Facebook. Na versão completa, o presidente afirma que no ritual, a tribo cozinha o indígena após sua morte e que não foi ao local porque ninguém da sua comitiva quis o acompanhar: "É a cultura dele e eu me submeti aquilo". À Agência Púbica, Junior Hekurari, presidente do Condisi (Conselho do Distrito Sanitário Indígena) Yanomami, negou que o povo indígena Yanomami do Surucucu realize rituais com canibalismos.
Veja Também
Somente candidato com registro aprovado pode ser diplomado
Termina prazo para prestação de contas de candidatos do 1º turno e retirada de propagandas
MPRO recebeu mais de 700 denúncias eleitorais este ano em Rondônia