Casal de servidores do Judiciário de Rondônia, pais de autista, celebra a conscientização sobre o transtorno
A história da família com o autismo começou com o primeiro filho, Théo. A mãe conta que desde pequeno ele foi muito interessado em letras e números, começando a ler muito cedo. “Tem uma WhatsApp Image 2023 04 01 at 10.45.00memória impressionante e sempre se destacou nas atividades escolares. Tinha comportamentos como enfileirar brinquedos, estereotipias (movimentos repetitivos), dificuldade de olhar nos olhos das pessoas, hiperfoco (interesse restrito em determinados assuntos)”, lembra. Aos 4 anos, passou por uma avaliação neuropsicológica e foi diagnosticado com autismo. Atualmente faz acompanhamento com médica, psicóloga, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional e também faz equoterapia.
A chegada do segundo filho do casal acendeu o alerta mais uma vez. Também com uma memória excelente, Vítor leu sua primeira palavra aos 2 anos e 10 meses de idade. “Como tinha alguns comportamentos parecidos com os do Theo (e pelo fato do irmão ser autista), decidimos levá-lo para uma avaliação neuropsicológica (e fazer uma nova avaliação com o Theo)”, conta.
Os dois foram submetidos a uma extensa avaliação neuropsicológica, que incluiu testes psicológicos, entrevistas, formulários e visitas à escola deles. Ao final, o resultado: Theo é autista e também tem altas habilidades/superdotação. Vítor não é autista, mas tem altas habilidades/superdotação, inclusive com um QI ainda maior que o do irmão, mas não fechou diagnóstico para autismo.
Conquista
Por serem superdotados, ambos foram aceitos como membros da Mensa (sociedade de alto QI mais famosa do mundo), que funciona como um "clube" de pessoas com alta inteligência. Para ser membro da Mensa é preciso ter quocientes de inteligência nos 2% do topo de qualquer teste de inteligência padrão aprovado.
“As altas habilidades são uma novidade para nós, pais, e ainda estamos aprendendo a lidar com isso. As pesquisas mostram que as questões emocionais de pessoas com alta inteligência são um grande desafio. Com o Theo, temos ainda as questões próprias do autismo, que também exigem nossa atenção e cuidado diários. Mas estamos felizes em entender melhor os nossos filhos e faremos todo o possível para que eles sejam felizes, consigam realizar seus sonhos e, quem sabe, possam usar sua inteligência para contribuir com a sociedade”, disse.
Para o Alberto, o dia mundial de conscientização sobre o autismo é muito importante para que todos entendam o que é o autismo e como as pessoas no espectro estão mais perto do que se imagina. “Essa conscientização pode ajudar as pessoas a respeitarem os autistas, sem julgá-los por seus comportamentos ou movimentos repetitivos, sendo compreensivos com as necessidades deles. A gente precisa entender que autismo não tem cara, não define a personalidade de uma pessoa e não limita os talentos de ninguém”, finalizou.
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