Rondônia, 07 de maio de 2024
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Dois incêndios, inovação e evolução nos 105 anos do Mercado Cultural de Porto Velho

O Mercado Cultural foi construído em 1917 com a intenção de abastecer Porto Velho, uma cidade que estava crescendo rápido demais além da Estrada de Ferro de Mamoré. Foi na gestão do primeiro prefeito, que Joaquim Tanajura teve a ideia de criar um mercado popular para a circulação de alimentos em grande porte. 

As obras tiveram início de imediato, porém foram quase 50 anos para serem concluídas as estruturas oficiais de mercado. Durante esse período longo de obras as portas foram abertas para dar início ao seguimento, dando a oportunidade para outros agricultores, produtores e comerciantes usarem o lugar para vendas de feira livre. 

Construído ocupando um quarteirão todo, o mercado fez a diferença na região e foi um sucesso de vendas para todo o tipo de público. 

"Esse mercado tem essa importância de fato de servir o lado Porto Velho brasileiro que crescia de uma forma desordenada", comentou o historiador Célio Leandro. 

A carne que era muito rara de ser vendida nessa nova cidade formava grandes filas onde é que fosse ofertada, porém com o novo espaço oferecendo esse produto, surgiu uma nova facilidade e abertura para compras nesse segmento. 

Seguido pelo fogo 

No ano de 1966 o mercado sofreu o primeiro incêndio, provocando o fechamento por muito tempo, um período de dificuldades pois era a principal fonte de renda de muitos comerciantes e feirantes. 

Mesmo com as complicações, alguns materiais foram recuperados e refizeram toda estrutura no mesmo lugar. Existe uma suspeita que esse primeiro incêndio poderia ter sido causado por uma família "poderosa" que buscava se apropriar do terreno. 

O que ninguém esperava era que logo em seguida outro incêndio chegasse para destruir cada parte histórica do mercado. Na década de 1980 supersticiosos ainda comentavam sobre uma possível "maldição" que o lugar carregava. Assustando mais ainda devido ao segundo e pior incêndio ter ocorrido durante uma sexta-feira santa, com o estabelecimento totalmente vazio. 

Hoje a arquitetura é totalmente diferente, não existe nada recuperado da primeira e original estrutura de alvenaria. Com tijolos e o tamanho reduzido, o mercado segue fazendo história em Porto Velho. 

Centenário e moderno 

Mesmo com todos os obstáculos o mercado segue sendo o principal ponto de encontro das famílias porto-velhenses, e trazendo uma boa renda para a circulação na capital. 

Segundo a assessoria do concessionário, atualmente o lugar recebe mais de 600 pessoas por dia, também gera direta e indiretamente mais de 182 empregos dentro do local, contando com a contratação de músicos, artistas, artesão, garçom, barmen entre outros serviços em prática.

Quem gosta de comidas regionais do Pará, Porto Velho, da região do norte em si, se encanta com tantas variedades de produtos que são ofertados no lugar. Apresentando um box original voltado a cultura, contando com exposições artesanais, bancas para venda e outras atividades culturais. 

Todos os dias tem muita música ao vivo e comida boa para atender todos os tipos de gostos, contando com shows de vários estilos musicais como modão, rock, MPB, samba e sertanejo. 

"Aqui se tornou um ponto de encontro de todos os moradores de Porto Velho...Tem hamburgueria, sorvete, açaí, choperia, associação para realização de eventos folclóricos e um box para a venda de arte sacra ", comentou o jornalista Marcelo Gladson, assessor do mercado. 

As agendas do mercado são divulgadas nas redes sociais para que todos saibam quais atividades serão realizados no dia:.

Eterno Manelão

Boas lembranças geram homenagens! Quem passa pelo Mercado Cultural encontra um marco em homenagem ao saudoso Manelão, o fundador da Banda “Vai Quem quer”. 

A estátua fica localizada em frente ao mercado no "Calçadão Cultural Manelão", eternizando a presença de um dos mais fiéis clientes e participantes dessa história que vem gerando oportunidade e representatividade cultural há anos.

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