No Dia das Mães, tenente da PM fala do desafio de conciliar profissão e família
Empoderada! É assim que Lidiane de Souza Sampaio Correia, de 38 anos, se sente como tenente da Polícia Militar. No Dia das Mães, ela fala sobre o orgulho de ser uma mulher e mãe na carreira militar, que começou em 2005 quando ela foi aprovada no concurso público.
A vontade de ser policial militar surgiu ainda no ensino médio quando estudava no Colégio Tiradentes. “Na escola eu percebi que o militarismo era algo fascinante, que poderia seguir carreira e proteger a população. Em 2005 foi lançado o concurso, eu estudei muito, consegui passar e fui soldado durante sete anos. Nesse percurso da minha carreira, fiz novos concursos, passei e me tornei tenente”, lembra.
Ao ser questionada sobre o orgulho da profissão que exerce há 13 anos, ela responde com um sorriso no rosto afirmando que seu trabalho é exercido com amor, responsabilidade e compromisso com a população. “Eu tenho muito orgulho de ser policial militar, principalmente porque a comunidade vê nossa profissão com muitos bons olhos. Minha família também sente orgulho de mim por exercer esse papel tão importante para a sociedade”, diz.
Para Lidiane, ser empoderada é superar os obstáculos diariamente principalmente quando ela está em patrulhamento nas ruas da cidade com a guarnição. “Quando eu saio para o policiamento, os policiais estão ao meu comando, e uma decisão errada pode levar o fracasso da ação. Então, sem dúvida nenhuma é uma responsabilidade muito grande. A cada dia, nós, policiais mulheres, enfrentamos obstáculos para conquistar nosso espaço e respeito na profissão que exercemos”, pontua a policial.
Sobre os desafios de uma policial militar na rua, a tenente conta que são muitos, e eles começam em casa ao sair para trabalhar.
“A gente deixa em casa a nossa família para cuidar de outras famílias, mas isso com muito prazer e compromisso que a gente tem com a comunidade. Enfrentamos o machismo em todas as situações, preconceito, mas nós mulheres vamos ganhando nosso espaço aos poucos”, enfatiza Lidiane de Souza.
Conciliar a profissão e o papel de mãe não é uma tarefa fácil para qualquer mulher. “Nós temos que acordar cedo, desprender do seu tempo, dormir pouco e tentar fazer o máximo do que a gente pode durante o dia. Infelizmente é difícil, às vezes alguma coisa fica falha, mas a gente sempre tenta recompensar e, para isso, o tempo tem que ser dobrado para poder dar conta”, diz.
Voltando ao passado, Lidiane de Souza relembra quando anunciou para a sua família que tinha passado no concurso e logo iniciaria a carreira de soldado da Polícia Militar. “A família sempre fica com um pouco de medo no início e com a minha não foi diferente, principalmente para as mães que às vezes podem ter outros sonhos profissionais para os filhos. No caso da minha mãe, quando ela viu que eu tinha a oportunidade de crescer, tinha responsabilidade e que uma policial tem um papel importante para a sociedade, ela começou a apoiar e hoje é só orgulho”, diz sorrindo.
Lidiane de Souza destaca a importância de uma policial militar feminina para a sociedade. “É de fundamental importância porque tem assuntos específicos que somente as policiais femininas podem tratar, por exemplo, quando está na patrulha Maria da Penha. Então é se suma importância que exista policiais comprometidas com a causa, para dar esse alavanco perante a sociedade”, destaca.
Trabalhar com homens durante o plantão, a tenente afirma que é um pouco difícil, mas ela diz que se a profissional se impor, o trabalho é desempenhado tranquilamente. “A partir do momento que os policiais começam a nos conhecer, enxergam nosso profissionalismo e comprometimento, eles passam a reconhecer nossa importância dentro do serviço que a gente está prestando durante o expediente”, diz.
Durante os 13 anos de profissão, a tenente relembra uma cena que ficou marcada em sua memória. “Foi um caso de estupro de vulnerável cometido pelo pai que eu atendi juntamente com minha guarnição. É muito difícil lidar com esse tipo de situação, a gente fica impactada com a cena principalmente quem é mãe, mas o profissionalismo tem que superar para podermos dar continuidade ao trabalho e fazer o que a lei manda”, relembra Lidiane de Souza.
Em casa, a tenente cumpre seu papel de mãe e de dona de casa. “Além de cuidar do meu bebê de oito meses, do meu esposo e da minha mãe, eu faço meu papel de dona de casa todos os dias. Eu lavo, passo e cozinho como toda mulher faz. Eu não abro mão de tudo isso”.
Nessa data especial, Lidiane de Souza aproveita para mandar um recado para todas as mães, em especial para as policiais femininas. “Ser mãe é muito difícil, mas nós superamos tudo em prol do amor e da vida. Eu sei o quanto a batalha delas é difícil diariamente, mas não desistam, persistam porque mãe é algo maravilhoso, é amor eterno”, finaliza a tenente.
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