O primeiro Dia das Mães da paciente que venceu o câncer com apoio da filha
“O medo de perder ela era grande todos os dias. E em todo esse tempo, eu pedi a Deus para que isso não acontecesse e ele me ouviu”. A emocionada declaração é de Karoline Foizer, filha de Célia Foizer, uma mulher que venceu o câncer de mama, há doze dias do Dia das Mães e hoje pode comemorar a data.
Célia, de 62 anos, e Karol, de 26, são moradoras de Porto Velho há 15 anos. Quando chegaram a capital, eram três, já que o esposo de Célia ainda era vivo.
No início, a vida seguiu tranquila. Mas há cerca de três anos, uma tempestade avassaladora passou pela vida da família.
“O meu esposo começou a se sentir mal e o levamos para o hospital. Ele passou por uma bateria de exames e infelizmente descobrimos que ele tinha câncer de estômago”, relata Célia.
O homem passou a ser atendido no Hospital de Amor da Amazônia, em Porto Velho, com a companhia da esposa.
“Eu levava de 10 a 15 bolos para aquele hospital. Porque eu amava fazer a alegria de todos que estavam ali. Era uma forma de me solidarizar com a situação deles”, lembra.
Mas durante o tratamento do marido, Célia também passou por uma bateria de exames para saber se tudo ocorria bem com ela e mais uma triste notícia.
“Em 2021, eu descobri que estava com câncer de mama. E como já estava no hospital, eu já passei a fazer o tratamento lá mesmo”.
Foi um momento de muita emoção e angústia, já que tanto o pai quanto a mãe estavam diagnosticados para a doença. Foi aí que a tempestade atingiu Karoline.
“Quando os dois começaram a fazer o tratamento foi um dos momentos mais difíceis. Eu tive que me desligar do trabalho e fiquei totalmente à disposição deles”, disse Karoline, emocionada.
Durante esse processo de luta, o quadro de saúde do esposo de Célia começou a piorar, ele não resistiu e morreu.
“Agora somos só nós duas”
Enquanto isso, Célia precisou seguir com o tratamento para evoluir o processo.
“Eu tive que me virar sozinha com ela. Era só nós duas, o medo de perder minha mãe era grande demais”, disse Karoline.
E durante esse processo, um outro susto.
“Eu precisei fazer uma cirurgia e ocorreu tudo bem, mas depois que fui transferida de uma maca para outra para ir para o quarto eu tive uma parada cardíaca”, diz Célia.
Rapidamente a equipe do hospital começou a fazer os procedimentos necessários para reanimá-la.
“Depois de 7 minutos, eu consegui voltar. Os médicos falaram, não sei como você não morreu”, lembra.
Ao longo dos meses ela foi seguindo o tratamento e evoluiu. Após um ano e meio, Célia passou a fazer radioterapia, um tratamento que destrói o tumor. Nessa última fase, foram quase 30 dias realizando o procedimento.
Carreata da vitória
Em 2 de maio, Célia passou pela última sessão de radioterapia. Há doze dias do Dia das Mães, comemorado neste domingo (14), Karoline teve a ideia de explanar para todos a vitória da mãe.
Os familiares e amigos então, escreveram mensagens e decoraram os carros. Eles saíram do Hospital de Amor, pelas ruas da capital, em uma carreata em comemoração à vida da Célia. O movimento repercutiu nas redes sociais.
Em uma página de conteúdo de variedades, o vídeo teve mais de 150 mil visualizações.
“A gente não esperava repercutir nada, nós queríamos fazer algo em homenagem a ela [Célia], então nós apenas escrevemos no carro “venci a radioterapia’”, disse Karol.
“As pessoas passavam pela gente e gritavam dizendo que estavam comigo. Foi um momento de felicidade, porque eu cheguei até a pensar que não ia passar o Dia das Mães com minha filha”, finaliza Célia, emocionada.
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