Rondônia, 15 de novembro de 2024
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Vendedores informais ocupam espaços públicos para tentar aumentar vendas no final de ano

Gprrose Marceline sonha em comprar uma casa

Com uma banca improvisada bem no meio do canteiro da Avenida Tiradentes, bairro Embratel, área de intenso tráfego em Porto Velho, por falta de emprego formal, vendedores ambulantes buscam o sustento nas ruas, vendendo as frutas de época, como abacaxi, manga, pitomba, melancia e morango. Com chuva ou sol o trabalho é realizado todos os dias por homens e mulheres.

Em 2010, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rondônia registrou 195.921 pessoas trabalhando por conta própria. Aproximadamente 12,5% da população do estado, sendo 43.688 pessoas em Porto Velho.

Essa realidade não é só dos moradores de Rondônia, mas também das pessoas que aqui chegam, como a haitiana Gprrose Marceline, 28 anos, casada, mãe de quatro filhos, em idade de 7 a 15 anos, para ajudar seu marido que é pedreiro a sustentar a família, sua única saída foi vender frutas nas ruas. Seu horário começa às 8h e termina às 17h e toda vez que o semáforo fecha, ela oferece seus produtos entre os carros parados na Avenida Tiradentes, em Porto Velho.

Há dois anos na Capital, Gprrose Marceline, mora de aluguel, numa pequena casa no bairro Agenor de Carvalho. Mas sonha um dia comprar uma casa confortável. Agora para este final de ano deseja ganhar alimentos para a ceia e brinquedos para seus filhos, por exemplo, ela citou uma bicicleta.

Natural da cidade de Porto Príncipe, capital do Haiti, Gprrose Marceline, revelou que é muito feliz em Rondônia. “Aqui as pessoas são boas e generosas”.

Ela contou que está confiante no aumento das vendas para este final de ano e disse que atualmente ganhar por dia uma média de 30 reais dos produtos que vende e com esse dinheiro vai ao mercado todas as noites comprar o rancho da família.

O vendedor Raimundo Cruz foi demitido da Odebrecht

Outro ambulante que encontramos na avenida Tiradentes foi Raimundo da Cruz Correia, 51 anos. Desempregado e sem ter como sustentar a família, a única saída dele foi vender frutas nas ruas de Porto Velho. “Depois que fui demitido da empresa Odebrecht resolvi me virar vendendo água de coco e frutas”, diz.

Segundo ele, a maior tristeza desta época de festas é ver nas ruas da cidade o aumento de pessoal pedindo. “Que Deus abençoe as famílias, que eu consiga aumentar minha renda diária e ganhe os mesmo presentes do ano passado”, acrescentou.

Já no cruzamento das avenidas José Vieira Caúla com Rio Madeira encontramos o vendedor ambulante Jardel Carvalho Santos, 28 anos, que desde 2011 trabalha nas ruas vendendo frutas e água. A oportunidade na rua surgiu depois que ficou desempregado da construção civil. Antes ele trabalhava como pedreiro.

Segundo ele, foram tantas dificuldades enfrentadas que ele resolveu ir a luta e assumir de vez a profissão de vendedor ambulante. “Hoje estou faturando por dia uma média de 70 reais. Com esse dinheiro, pago aluguel, alimentação e ainda ajudo seus pais que cuidam do meu filho que tem seis anos”, acrescentou.

Neste final de ano, seu grande sonho é ganhar uma moto. “Já juntei dinheiro mas nunca consegui comprar uma moto. Eu queria até uma usada. Preciso de uma para ajudar no meu trabalho, com o transporte das mercadorias”, pediu.

Jardel Carvalho Santos, nas ruas da Capital desde 2011

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