Rondônia, 15 de dezembro de 2025
Geral

Agência de Defesa Sanitária de Rondônia será responsável pela qualidade do peixe criado em cativeiro

Feitas as projeções de safras pesqueiras para os próximos três anos, caberá à Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) a tarefa de controlar carregamentos de peixes vendidos para indústrias frigoríficas locais e de outros estados. A medida foi anunciada nesta terça-feira em reunião do Conselho de Sanidade Aquícola, na sede da Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri).


O Ministério da Agricultura ainda não dispõe de estudos de doenças nas espécies pirarucu e tambaqui.

PARCERIAS
Das doenças encontradas em peixes criados no estado, a Acanthocephala [no município de Vale do Paraíso] serviu de alerta: em audiovisual, a engenheira de pesca da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Mirtes de Lima Pinheiro, mostrou vesícula biliar e intestino de peixes, para demonstrar efeitos da intoxicação alimentar. “O peixe não se alimenta, o parasito sim”, advertiu.
O Ministério da Agricultura ainda não dispõe de estudos de doenças nas espécies pirarucu e tambaqui.

PARCERIAS

O estado busca parceiros para impulsionar o setor que estima, até 2018, a movimentação comercial de 250 mil toneladas de peixes. A sanidade é agora o maior desafio para o êxito dos negócios que envolvem pequenos e grandes produtores.
“Infelizmente, a Unir (Universidade Federal de Rondônia) ainda está bloqueada judicialmente, o que a impossibilita de apoiar o setor”, lamentou o professor do curso de medicina veterinária, Klaus Casaro Saturnino.
Essa restrição, segundo Saturnino, implica a não obtenção de recursos até na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Ele queixou-se da “despadronização” na atividade de pequenos criadores, os quais usam indiscriminadamente formol e outros produtos químicos águas de tanques suspensos. “Parasitos nunca acabarão, nem nos animais, nem no ser humano, por isso, identificá-los e combatê-los evitará situações catastróficas”, ponderou.
“Piscicultores têm adquirido ração e medicamentos em casas agropecuárias, sem pedir o auxílio e a orientação de técnicos, o que compromete o controle da atividade”, queixou-se o conselheiro Elisafan Batista Sales, especialista em peixes na Emater, que exemplificou o perigo, mencionando a situação do município de Urupá, aonde 50% de pequenos criadores reduziram a produção de 3,8 mil toneladas em 2014 para 1,5 mil toneladas este ano.
Segundo ele, Vale do Paraíso vive situação semelhante. “Houve um retrocesso, a cooperativa regional fechou, daí a necessidade de o governo determinar o mais rapidamente possível a devida inspeção, evitando que o peixe chegue ao mercado sem boas condições de sanidade”, assinalou.
Elisafan elogiou a pujança rondoniense na piscicultura, tanto no aspecto ambiental quanto na comercialização, contudo, alertou para que não se repita o caso de rejeição à compra de tambaqui esviscerado no gelo, por comerciantes de Goiás.
Entre 2014 e 2015, a Emater pesquisa a criação de peixes em diversos municípios, principalmente em Alvorada do Oeste, Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Urupá e Vale do Paraíso.

LABORATÓRIO, A META

O secretário estadual de agricultura, Evandro Padovani, informou que a agência Idaron recebeu cerca de R$ 2 milhões para aplicar em ações de sanidade animal. O peixe deverá incluído nessa rubrica.
“Tenho certeza que vamos obter mais recursos do governo federal; já fizemos pleitos com a Embrapa”, ele disse.
Mesmo com maior atividade pesqueira, a região norte não dispõe de laboratórios especializados. Eles se concentram nas regiões sul e sudeste, informou a superintendente da Pesca e Aquicultura de Rondônia, Ilce Santos. Assim, a Seagri poderá negociar com a Assembleia Legislativa, com vistas à instalação de um laboratório em Porto Velho. “O custo não é alto”, resumiu Ilce Santos.
Em três dias de aulas teóricas e dois dias de aulas práticas, com visitas a propriedades rurais, a Emater-RO capacitou 44 médicos veterinários, entre os quais, 11 de Ji-Paraná, dez de Porto Velho e cinco de Ariquemes, e outros 15 profissionais, informou a engenheira Mirtes Pinheiro. Na reunião, ela apresentou o relatório de capacitação em ictiologia, que contou com o apoio da cientista Ana Lúcia Silva Gomes, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

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