Agentes da Rede de Vigilância em Saúde analisam tipos e controle de escorpiões
Agentes de entomologia e zoonoses representantes das seis regionais de saúde de Rondônia, participaram de uma capacitação sobre identificação de escorpiões de importância para à Saúde Pública, realizada pelo Governo do Estado, que encerrou na sexta-feira (24). O objetivo do evento é o- aperfeiçoamento dos profissionais, de forma que possam fazer o mapeamento, identificação dos tipos de escorpiões existentes e o controle dos mesmos, e que sejam referência em seus municípios.
De acordo com dados extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre os anos de 2013 e 2023, a maior parte dos registros é oriunda da área rural e um percentual significativo é de ocorrências com escorpiões. O maior volume de notificações foi em 2019, com 1.625 registros de eventos envolvendo animais peçonhentos, estando os escorpiões em segundo lugar.
Segundo a coordenadora de Acidentes com Animais Peçonhentos, da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Magna Covre, havia uma necessidade de realizar uma capacitação para os profissionais, a fim de que pudessem trabalhar com a identificação, o fluxo e a frente ao agravo. “É importante ressaltar que a prevenção é fundamental. Animais peçonhentos são atraídos por ambientes quentes e úmidos, sendo encontrados em matas fechadas, trilhas e áreas próximas a residências com acúmulo de lixo, telhas e tijolos empilhados, entre outros. Manter a higiene do local e utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), durante o trabalho, são as melhores formas de prevenir acidentes”, alertou.
Aulas de captura
Da teoria à busca por escorpiões no Parque da Cidade, até a identificação no laboratório, os agentes tiveram a orientação dos técnicos do Ministério da Saúde (MS), apoiadores do Instituto Butantã, do Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen) e da Agevisa. Durante as aulas de campo, o assessor do Ministério da Saúde no programa de controle de escorpiões, Emanuel Marques da Silva, ressaltou que acidentes com escorpiões são um problema nacional.
“Hoje o grande problema de ocorrências com animais peçonhentos no Brasil são os acidentes com escorpiões. É extremamente importante ter equipes preparadas em fazer a captura e identificação dos animais, pois a região amazônica tem escorpiões com características diferentes das que estão causando óbito no restante do Brasil. Por isso, os profissionais devem estar preparados, a população orientada e o sistema de atendimento receptivo”, enfatizou Emanuel.
Lacen
Foram identificadas as estruturas de cada espécie
Após a busca ativa, foram realizadas aulas práticas no Lacen, junto aos técnicos do Butantã, Fernando Vetore e Denise Maria Cândido, que apresentaram as espécies (gênero e espécie) e identificaram a estrutura de cada um. Segundo os pesquisadores a população não deve fazer o manejo desses animais sem experiência e proteção, devendo comunicar os eventos à vigilância entomológica ou zoonoses para que façam a captura do escorpião ou bicho peçonhento.
“O animal peçonhento deve ser colocado em um potinho e levado à unidade de saúde, a fim de ser identificado e assim criar um sistema de vigilância para detectar as espécies mais perigosas e evitar infestação. Esses profissionais estão sendo capacitados para saber como proceder numa ocorrência e ajudar a salvar vidas”, pontuou Denise Maria Cândido.
A capacitação foi organizada pela Gerência Técnica de Vigilância em Saúde Ambiental (GTVAM) da Agevisa. Segundo o diretor-geral da Agência, Gilvander Gregório de Lima, a iniciativa atende à Rede de Vigilância Nacional. “Há lugares em Porto Velho onde existe muitos escorpiões e a nossa equipe está proporcionando conhecimentos aos profissionais para identificá-los, pois alguns destes acidentes podem levar a óbito. A Vigilância em Saúde envolve um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise de dados e disseminação de informações sobre eventos relacionados à saúde, que tem como objetivo o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública. A capacitação dos profissionais atende esses requisitos e ainda promove a multiplicação dos conhecimentos adquiridos em benefício da saúde da população”, concluiu.
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